2007/09/21

Proef Portugal

Durante a minha recente passagem por Amsterdão aproveitei para rever amigos e lugares que são já parte integrante da minha vida. Uma das surpresas, ainda que expectável, é a dedicação que certos holandeses continuam a nutrir por Portugal. Uma paixão de décadas que parece aumentar à medida que os anos passam. Penso ser esta uma das melhores definições do amor que conheço: a fidelidade.
No passado domingo, tive o privilégio de assistir a uma dessas manifestações que, só por si, justificam todo o apoio que os organismos nacionais portugueses queiram prestar-lhe.
Pelas instalações da antiga KNSM (Companhia Real Holandesa de Vapores), um edifício situado na zona portuária da cidade, passaram mais de trezentos holandeses a "provar Portugal". Uma iniciativa particular de amigos do nosso país que, de há anos a esta parte, teimam em pôr "Portugal no mapa". Dos "stands" turísticos aos gastronómicos, passando pelo Fado e Folclore ao vivo, até à divulgação da língua e literatura portuguesas, de tudo houve naquela tarde de confraternização e promoção da cultura portuguesa no sentido lato da palavra. Lá estavam as representações da transportadora área nacional, os restaurantes mais emblemáticos da cidade, os principais importadores de vinho e artesanato, mas também o Instituto Latino na promoção da língua e o Fernando Venâncio na divulgação da nossa literatura. O representante local do ICEP (noblesse oblige) aplaudiu e fez o discurso inaugural. Os meus agradecimentos vão, no entanto, para Sabina Sorber, amiga de longa data e principal responsável pela organização do evento. Só posso desejar-lhe que este "Proef Portugal" seja o início de uma bela iniciativa.

2007/09/18

MacRepair.nl

Nada como distanciarmo-nos do país, para vermos a "terrinha" em perspectiva.
De visita à Holanda, aproveitei a viagem para levar o meu portátil, a necessitar de reparação urgente. Na pior das hipóteses teria de comprar um novo...
A sugestão foi de amigos (do) MAC que me sugeriram visitar uma oficina em Amsterdão onde, para além de repararem computadores daquela marca, ainda vendem peças usadas em perfeito estado de uso e conservação. Lá fui e a primeira surpresa tive-a com as dimensões e o aspecto da loja: um rés-de-chão de 50m2, onde através de vidros decorados com a famosa "maçã", podíamos ver 4 funcionários a trabalhar em frente a carcaças de MAC´s desmantelados. Um verdadeiro estaleiro. Explicámos ao que íamos (recuperação de ficheiros perdidos e um novo écran) tendo sido informados de que o primeiro problema seria difícil, dependendo do estado do disco rígido; e que o segundo, era simples de resolver. Orçamento: 37 euros pelo teste do disco (diagnóstico) e 350 euros pelo écran (display). Com IVA a 19%, um total de 450 euros. Tempo de entrega: 48 horas. Por comparação: em Portugal levam 80 euros pelo diagnóstico, 700 euros pelo écran e 21% de IVA. Tempo de entrega: 10 dias.
Claro que as "nossas" instalações são melhores: escritórios luxuosos, vidros esfumados impeditivos de ver os interiores, recepcionistas "produzidas" que não percebem minimamente do que estamos a falar e uns "técnicos" sempre ocupados que saem de armazéns fechados a quatro chaves, onde se pode ler "proibida a entrada a estranhos" (não vá alguém descobrir o segredo de arranjos tão caros, quando os nossos trabalhadores ganham tão pouco...).
Dois dias mais tarde, telefonaram-me para casa: podia levantar o computador. Lamentavam não ter podido recuperar os ficheiros, mas tinham colocado um novo écran.
Chegado à loja, a última surpresa: fizeram-me um desconto de 75euros (só teria de pagar 371), pois o écran não era completamente novo e ainda me ofereceram uma protecção almofadada com a insignía da loja: MacRepair.nl.
Chama-se a isto transparência.

2007/09/16

Uma nova orquestra


Foi nesta quinta feira que a nova Orquestra de Câmara Portuguesa fez a sua primeira apresentação pública. Um projecto concebido e dirigido por Pedro Carneiro, destinado a dar um enquadramento ao mais alto nível, institucional e artístico, aos inúmeros jovens talentos formados nas escolas de música portuguesas.
A OCP é o fruto do talento sem limites, da inesgotável capacidade de trabalho e da tenaz preserverança de Pedro Carneiro que juntamente com a sua equipa ergueu este projecto. É também o resultado do inultrapassável amor pela música que o Pedro Carneiro e os seus colaboradores demonstram. A OCP é uma obra de amor e o seu exemplo serve para mostrar, antes de tudo o mais, que em matéria de música, como em tudo o resto, é preciso amar para começar a fazer obra. Quantas pessoas amam verdadeiramente aquilo em cujo envolvimento se mostram empenhadas?
À OCP eu desejo todas as venturas do mundo.