2008/02/08

Alegre Socialismo

Manuel Alegre não se revê no partido socialista actual. A razão terá a ver com a natureza do Partido, que tem muito pouco a ver com o PS que ajudou a fundar. Faz sentido. Alegre, para o bem e para o mal, "nunca se cala" e essa atitude - nos tempos que correm - é de louvar. Muito boa gente, quis ver neste "acto" o prelúdio de uma cisão a prazo. Essa é, de resto, a pergunta que os jornalistas, logicamente, fazem. Mas, Alegre, uma vez mais, diz que não. Não concorda com o Partido de Sócrates, mas acredita no Partido Socialista. Também não quer criar um novo partido (senão já o teria feito após as eleições presidenciais de 2006). Provavelmente, acredita que, para além da sua, há mais vozes discordantes dentro do actual PS. Este é, de resto, um argumento avançado depois da recente remodelação do governo (vista como uma concessão à facção contestatária). Esta semana, Alegre teve uma boa oportunidade para mostrar a coerência do seu pensamento. Bastava ter votado ao lado do Tó Zé, o único que "ousou" furar a disciplina partidária na votação sobre o Tratado de Lisboa. Que fez Alegre? Absteve-se. Assim, é difícil acreditar no Socialismo de Alegre.

2008/02/04

Produtividade

Para quem duvidava do zelo dos funcionário públicos portugueses, é sempre bom lembrar que há excepções. Uma delas foi o ex-ministro Telmo Correia que, numa noite de insónias, chegou a despachar 300 processos pendentes no seu Ministério. Por acaso, no último dia do seu mandato e em funções transitórias. Certamente devido ao cansaço, entregou o edifício do Casino de Lisboa ao Estoril-Sol. Já anteriormente, o ex-ministro Paulo Portas, por acaso do mesmo partido, tinha mandado fotocopiar milhares de documentos no Ministério da Defesa, com o argumento de que se tratava de notas pessoais. Isto tudo num par de horas.
São exemplos destes que devem orgulhar-nos e servir de argumento contra aqueles que sempre criticaram a nossa baixa produtividade. Sim, em média produzimos pouco e mal, mas quando "produzimos" é a sério!