2009/03/28

Os louros de olhos azuis

Não contentes com o feito de terem levado a economia mundial a uma situação de catástrofe, os louros de olhos azuis vêm agora tornar mais distante e complicado o sonho de uma qualificação da Selecção Nacional para o Mundial de futebol. Portugal está com Lula nesta noite em que os avançados portugueses se apagaram, certamente também pela defesa do planeta.

2009/03/25

A língua viva


Sou um utilizador confesso e entusiasta do Facebook. Um dia hei-de escrever aqui sobre esta coisa a que se convencionou chamar "redes sociais". Por agora quero apenas tornar público um anúncio que apareceu na minha página do referido Facebook. Para memória futura. Assim, a língua morre...!

Lucílio


A vida imita o Monty Python, ou era este grupo que imitava a vida? O Público acaba de noticiar que o padre João José Marques Eleutério anunciou na missa de domingo da Igreja do Rato que recusa baptizar meninos que se chamem Lucílio!! Verdade! Não estou a gozar... Ele também não pelos vistos. Está tudo aqui. Um autêntico Flying Circus!
Aguarda-se, com ansiedade e a qualquer momento, uma nota da Presidência da República, do gabinete do Primeiro Ministro, do CEMFA e da Protecção Civil sobre o problema do penálti...

2009/03/24

O espelho da nação

Há três dias que o país não discute outra coisa. Aparentemente teria havido um "assalto" no Algarve que, pelas suas dimensões, ultrapassou tudo o que a nação desportiva alguma vez teria visto. Não há jornal que não o refira, programa televisivo que não o comente (só ontem contei quatro!) e, seja no supermercado ou nos transportes públicos, a opinião é ainda mais acalorada, tal a paixão desencadeada pela ladroagem. Sim, porque o que está aqui em causa, é esta patológica demência que ataca os portugueses quando o crime se passa entre as quatro linhas de um campo de futebol. Há quem lhe chame "paixão" e, até há bem pouco tempo, o amor à causa era tanto que alguns maridos chegavam a manifestar os seus enlevados sentimentos nas pobres consortes que com eles tinham o azar de conviver.
Os tempos mudaram, o desporto tornou-se uma indústria e hoje os resultados da bilheteira é que contam. Ora, quando não há resultados no campo, não há bilheteira que resista e, sem esta, não há receitas que comportem as despesas dos clubes. Porque estes são um reflexo da nação e vivem acima das suas possibilidades, fácil é perceber que ganhar ou perder um título, por muito insignificante que seja, pode ser de importância capital na manutenção de determinadas ambições. Para os dirigentes dos principais clubes portugueses, que não olham a meios para atingir os seus fins, a verdade desportiva há muito que deixou de interessar. O que interessa é a manutenção deste sistema podre que é, ele próprio, um reflexo da corrupção generalizada que grassa na sociedade portuguesa. Gastam-se milhões em plantéis medíocres, contratam-se técnicos com curriculos duvidosos por somas astronómicas, contraem-se dívidas bancárias que acumulam juros incomportáveis para os clubes e prometem-se títulos vários por época, a adeptos crentes e carentes de vitórias.
Obviamente, que nem todos os clubes podem ganhar títulos e, os mais bem preparados têm, à partida, mais possibilidades. Que nem sempre isso acontece é uma evidência, como é uma evidência que algumas arbitragens influenciam directamente os resultados. Que fazer? Uma das possibilidades - que não a solução - seria adoptar tecnologias sofisticadas que permitissem avaliar "in loco" os lances mais duvidosos. Esta proposta tem a oposição das federações internacionais e dos próprios árbitros que argumentam, com alguma razão, que isso seria tirar emoção e dúvida ao jogo. O que, em última análise, afastaria os espectadores dos campos e as receitas necessárias para a sobrevivência dos clubes. Um círculo vicioso.
Mais vicioso, porém, parece ser o ciclo de pobreza endémica que atingiu a sociedade portuguesa nos últimos anos e que veio para ficar. Mais pobreza, mais exclusão social, mais criminalidade e mais corrupção. É neste caldo social, propício a todas as demagogias, que o futebol vai ocupando paulatinamente o lugar da religião como o opiáceo mais importante dos portugueses. E enquanto os portugueses andarem ocupados com o Baptista, não se lembram do Sócrates. Uma benção para o partido do governo.