2012/03/03

"Pessoal do Fisco é agredido ou espancado todos os dias"

O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos afirma-o e diz mais: o pior está ainda para vir! É claro que cada um interpreta isto como quer. Alguns justificam as agressões dizendo que os funcionários abusam da sua posição. Dizem outros que, no actual quadro de crise e sendo a lei cega, se geram situações de injustiça inaceitáveis. Outros ainda criticam essa opção porque, em tese, as soluções violentas não são legítimas.
Há quem pense que os funcionários não têm a capacidade de avaliar cada caso que têm de tratar. Outros há que pensam que eles não sabem ter essa capacidade. Outros ainda pensam que isso lhes está simplesmente vedado pelo seu estatuto.
Todas estas diferenças de opinião servem indiferentemente para aplaudir ou condenar as agressões.
Mas, no final, a verdade é que o Fisco é o "rosto do Estado", o Estado não cumpre, e é justamente quem dá o rosto pelo "rosto do Estado" que paga as favas.
Quer os que criticam estas agressões quer os que as praticam, se esquecem que o cerne da questão não está nem no Estado, nem no seu "rosto". A falta de um debate sério sobre o papel do Estado —que temos de exigir— e a visão neoliberal que hoje prevalece e contribui para confundir ainda mais as pessoas sobre esta matéria —que temos de combater com unhas e dentes— isso sim, é o problema.
Por outro lado, não deixa de ser verdade que, mais cedo ou mais tarde, os agentes do Fisco vão ter de escolher, como os restantes agentes da autoridade do Estado, de que lado da barricada vão querer estar e de quem querem ser agentes...

Aos leitores do Face que, por acaso, sejam professores. E a todos os outros também...

Leia este apelo de Cheryl Angst, professora, escritora canadiana. Foi escrito no Canadá, podia ter sido escrito em Portugal. Na verdade, podia ter sido escrito em qualquer país "ocidental", nestes tempos de políticas neoliberais.

2012/02/29

U aqordu ortugrafiqu i u futuru da lingua purtugesa…

Não resisto a reproduzir aqui este texto, de autor desconhecido, que recebi via email.

"O acordo ortográfico e o futuro da língua portuguesa…
Tem-se falado muito do Acordo Ortográfico e da necessidade de a língua evoluir no sentido da simplificação, eliminando letras desnecessárias e acompanhando a forma como as pessoas realmente falam. Sempre combati o dito Acordo mas, pensando bem, até começo a pensar que este peca por defeito. Acho que toda a escrita deveria ser repensada, tornando-a mais moderna, mais simples, mais fácil de aprender pelos estrangeiros. Comecemos pelas consoantes mudas: deviam ser todas eliminadas. É um fato que não se pronunciam. Se não se pronunciam, porque ão-de escrever-se ? O que estão lá a fazer ? Aliás, o qe estão lá a fazer? Defendo qe todas as letras qe não se pronunciam devem ser, pura e simplesmente, eliminadas da escrita já qe não existem na oralidade. Outra complicação decorre da leitura igual qe se faz de letras diferentes e das leituras diferentes qe pode ter a mesma letra. Porqe é qe “assunção” se escreve com “ç” e “ascensão” se escreve com “s”? Seria muito mais fácil para as nossas crianças atribuír um som único a cada letra até porqe, quando aprendem o alfabeto, lhes atribuem um único nome. Além disso, os teclados portugueses deixariam de ser diferentes se eliminássemos liminarmente o “ç”. Por isso, proponho qe o próximo acordo ortográfico elimine o “ç” e o substitua por um simples “s” o qual passaria a ter um único som. Como consequência, também os “ss” deixariam de ser nesesários já qe um “s” se pasará a ler sempre e apenas “s”. Esta é uma enorme simplificasão com amplas consequências económicas, designadamente ao nível da redusão do número de carateres a uzar. Claro, “uzar”, é isso mesmo, se o “s” pasar a ter sempre o som de “s” o som “z” pasará a ser sempre reprezentado por um “z”. Simples não é?, e o som é “s”, escreve-se sempre com s. Se o som é “z” escreve-se sempre com “z”. Quanto ao “c” (que se diz “cê” mas qe, na maior parte dos casos, tem valor de “q”) pode, com vantagem, ser substituído pelo “q”. Sou patriota e defendo a língua portugueza. Não qonqordo qom a introdusão de letras estrangeiras. Nada de “k”. Ponha um q. Não pensem qe me esqesi do som “ch” . O som “ch” será reprezentado pela letra “x”. Alguém dix “csix” para dezinar o “x”? Ninguém, pois não? O “x” xama-se “xis”. Poix é iso mexmo qe fiqa. Qomo podem ver, já eliminámox o “c”, o “h”, o “p” e o “u” inúteix, a tripla leitura da letra “s” e também a tripla leitura da letra “x”. Reparem qomo, gradualmente, a exqrita se torna menox eqívoca, maix fluida, maix qursiva, maix expontânea, maix simplex. Não, não leiam “simpléqs”, leiam simplex. O som “qs” pasa a ser exqrito “qs” u qe é muito maix qonforme à leitura natural. No entanto, ax mudansax na ortografia podem ainda ir maix longe, melhorar qonsideravelmente. Vejamox o qaso do som “j”. Umax vezex excrevemox exte som qom “j” outrax vezex qom “g”- ixtu é lójiqu? Para qê qomplicar?!? Se uzarmox sempre o “j” para o som “j” não presizamox do “u” a segir à letra “g” poix exta terá, sempre, o som “g” e nunqa o som “j”. Serto? Maix uma letra muda qe eliminamox. É impresionante a quantidade de ambivalênsiax e de letras inuteix qe a língua portugesa tem! Uma língua qe tem pretensõex a ser a qinta língua maix falada do planeta, qomo pode impôr-se qom tantax qompliqasõex? Qomo pode expalhar-se pelo mundo, qomo póde tornar-se realmente impurtante se não aqompanha a evolusão natural da oralidade? Outro problema é o dox asentox. Ox asentox só qompliqam !

Se qada vogal tiver sempre o mexmo som, ox asentox tornam-se dexnesesáriox. A qextão a qoloqar é: á alternativa? Se não ouver alternativa, pasiênsia. É o qazo da letra “a”. Umax vezex lê-se “á”, aberto, outrax vezex lê-se “â”, fexado. Nada a fazer. Max, em outrox qazos, á alternativax. Vejamox o “o”: umax vezex lê-se “ó”, outrax lê-se “u” e outrax, lê-se “ô”. Seria tão maix fásil se aqabásemox qom isso! Porqe é qe temux o “u”? Se u som “u” pasar a ser sempre reprezentado pela letra “u” fiqa tudo tão maix fásil! Pur seu lado, u “o” pasa a suar sempre “ó”, tornandu até dexnesesáriu u asentu. Já nu qazu da letra “e”, também pudemux fazer alguma qoiza :quandu soa “é”, abertu, pudemux usar u “e”. U mexmu para u som “ê”. Max quandu u “e” se lê “i”, deverá ser subxtituídu pelu “i”. I naqelex qazux em qe u “e” se lê “â” deve ser subxtituidu pelu “a”. Sempre. Simplex i sem qompliqasõex. Pudemux ainda melhurar maix alguma qoiza: eliminamux u “til” subxtituindu, nus ditongux, “ão” pur “aum”, “ães” – ou melhor “ãix” - pur “ainx” i “õix” pur “oinx”. Ixtu até satixfax aqeles xatux purixtax da língua qe goxtaum tantu de arqaíxmux. Pensu qe ainda puderiamux prupor maix algumax melhuriax max parese-me qe exte breve ezersísiu já e sufisiente para todux perseberem qomu a simplifiqasaum i a aprosimasaum da ortografia à oralidade so pode trazer vantajainx qompetitivax para a língua purtugeza i para a sua aixpansaum nu mundu. Será qe algum dia xegaremux a exta perfaisaum?"