2012/04/16

Para a Guiné e em força...

A Guiné-Bissau é, de todas as ex-colónias portuguesas, o país que mais tarda em afirmar-se como um estado democrático e soberano. O facto de ter sido a primeira colónia portuguesa a declarar unilateralmente a independência (ainda em 1973) não faria desta jovem nação um país mais democrático e progressista. Os golpes de estado sucedem-se a cada dois anos e as intromissões na sua política interna tornaram-se frequentes. Na realidade, estamos a falar de um estado sem poder onde se instalou o poder do narcotráfico. É neste difícil equilíbrio entre democracia e ditadura militar, que os portugueses que por lá andam - uns em projectos de cooperação, outros com negócios montados - fazem hoje "prova de vida" em todas as estações de rádio e televisão: que estão bem, não receiam pela sua vida (presume-se que estejam habituados às golpadas) e não pensam sair, pois a vida deles é lá. Impressionante, a calma dos portugueses da Guiné.
Bem mais nervoso, parece andar o nosso "ministro dos negócios estrangeiros, da terra, do mar e do ar" que, "in no time", ordenou o envio de uma fragata, uma corveta, um navio de abastecimento, um quadrimotor e centenas de militares, para evacuar os cidadãos portugueses em perigo. Já conheciamos o pendor guerreiro de Portas, o marinheiro por excelência da invencível armada portuguesa. Todos estamos ainda lembrados da corveta enviada em 2004 contra o "seawaves" (o barco holandês do aborto) que ameaçava as nossos brandos costumes na Figueira da Foz...
Para a "armada" ficar completa só faltam mesmo os submarinos. Logo agora que temos dois novos, acabadinhos de estrear que, ao que consta, já foram pagos, pois a Ferrostaal não "brinca" às guerras.