2016/03/02

I'll make you an offer you can't refuse...

O "episódio" do CCB é, apenas, mais um, na já longa série de nomeações por "compadrio" (familiar e partidário) que enxameia o aparelho de estado (leia-se, o Poder) em Portugal. Neste particular, o PS não difere do PSD. Vivemos numa partidocracia controlada por duas "famílias" políticas (PS e PSD) que, de há 40 anos a esta parte, dominam por completo o "spectrum" político português.
Independentemente das pessoas que são (ou não) nomeadas para os cargos, o que importa realçar é o regime de clientelismo larvar que existe em Portugal, um país subdesenvolvido em termos de cidadania, onde as pessoas continuam dependentes do patrocinato existente, segundo a velha fórmula "se votares em mim, arranjo-te um emprego".
O problema não são as nomeações, mas a forma como os "amigos" são colocados no aparelho de estado e lá ficam eternamente. Se querem nomear pessoas de "confiança", façam-no com transparência e limitem os mandatos às legislaturas, como nos EUA, onde os nomeados abandonam os cargos, após exercerem os seus mandatos. Nesse sentido, é completamente ridícula a argumentação da ex-ministra da cultura (Canavilhas) quando ontem veio justificar a decisão de João Soares, com a desculpa de Mega Ferreira (PS) também ter sido afastado do CCB, para lá colocar Vasco da Graça Moura (PSD). Como se uma nomeação partidária pudesse ser justificada por outra nomeação partidária (...se o PSD já fez, nós também podemos fazer...). 
Que dizer, então, da nomeação da filha de Ana Gomes para a direcção da EGEAC, da filha do ministro Vieira da Silva para secretária de estado, do filho de João Soares para assessor na CML, ou ainda da nomeação da (ex-deputada) Inês Medeiros para a direcção do INATEL?
E, agora ("cereja em cima do bolo"), a nomeação do "irmão" Summavielle para a presidência do CCB, como se a promiscuidade entre o estado e a maçonaria não fosse já suficiente...
Sim, Portugal é um país onde a corrupção campeia, a meritocracia não é reconhecida e o amiguismo e o "compadrio" continuam a fazer lei. Assim, não vamos lá.  

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