2017/05/16

"Estrelinha" de campeão


Depois de um fim-de-semana verdadeiramente alucinante, Costa bem pode ir a Fátima de novo, agora para pôr uma velinha pelos sucessos alcançados. Juntar no mesmo dia (reparem na data!), o Papa e a canonização dos pastorinhos em Fátima, a conquista do "tetra" pelo clube de que é adepto e a vitória de Portugal no festival da Eurovisão, não acontece todos os dias. Logo no ano do centenário das "aparições". Se isto não é "milagre", não sei o que seja...
Como se todas estas coisas não bastassem, veio agora, o Relatório das Finanças Públicas, demonstrar que a economia portuguesa cresceu 2.8% no primeiro trimestre deste ano, por comparação com o período homólogo do ano passado. Um dos maiores crescimento da zona Euro.
Como todos sabemos, estas coisas não acontecem por acaso. Há muito trabalhinho por detrás (especialmente em Fátima...), mas que o homem tem "sorte", isso parece inegável. Ainda por cima, este crescimento económico, surge após a revelação (cá está...), de outros dados positivos relativos ao bom desempenho da economia: "deficit" abaixo dos mínimos exigidos pela União Europeia (2%), saldo primário positivo (1,8%), aumento de exportações (17%), desemprego a baixar (10%) e o melhor ano de turismo de sempre. É obra.
Claro que todas estas coisas, se não forem estruturais (o chamado crescimento sustentável) não resolvem a difícil situação em que Portugal se encontra. Podemos estar em face de números conjunturais, sabendo que o investimento ainda é débil e que, sem este, não haverá crescimento económico e criação de emprego. Daí as reticências das famigeradas agências de "rating" que parecem não acreditar em milagres. Acresce que o recente "boom" turístico  é, em grande parte, provocado pela instabilidade existente em países como a Síria, a Turquia ou o Egipto, o que traz a Portugal muitos turistas que fogem das zonas de guerra, à procura de paz e estabilidade. Como o clima é bom, os preços são acessíveis e a hospitalidade é algo inato aos portugueses, estão reunidas as condições para as coisas correrem bem.
Falta a dívida (130% do PIB), que não pára de crescer, ainda que haja países na zona Euro, bem mais ricos do que Portugal (França e Itália, por exemplo) em que os números são preocupantes. De resto, e para quem não saiba, a França, há dez anos consecutivos que não cumpre as metas do "deficit" que tem ficado sempre acima dos 3%! Porquê? Ora bem, como diria Juncker, "parce que, la France, ces't la France!". Perceberam? Exactamente: critérios diferentes para situações semelhantes. Um querido, o Juncker...
Já o Costa, não sendo um "querido", conseguiu o chamado "milagre dos peixes": Reposição de salários e pensões, crescimento da economia e diminuição do "deficit". É o que se chama "três em um". Os deuses, só podem estar loucos! Perante tais evidências, apenas nos resta concluir com aquela máxima futebolística que nunca falha: não há campeões sem estrelinha...

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