2015/12/23

Salvam-se os bancos, pagam os contribuintes

Menos de um mês após a instalação do governo PS (com apoio dos partidos à sua esquerda) surge a primeira divisão entre os partidos da coligação governamental. Na origem, a urgência de votar um Orçamento Rectificativo, necessário para justificar o dinheiro investido no banco Banif. Nada que deva espantar, conhecidos que eram os contornos da falência anunciada deste banco, com maioria de capitais do estado, gerido por privados. Os repetidos alertas e pedidos de intervenção (8!) junto das autoridades europeias de supervisão, não chegaram para encontrar uma solução atempada que previa a integração do Banif na Caixa Geral de Depósitos e, dessa forma, evitar uma falência, aparentemente, desnecessária. Agora é tarde e, para evitar males maiores, o governo PS decidiu vender o Banif ao banco Santander, que apresentou a melhor proposta (150 milhões). Salvam-se os depositantes, os aforradores e (para já) os funcionários do banco falido, mas pagam os contribuintes, que verão os seus impostos aumentados em mais de 3 mil milhões de euros (375 por português). Um mal menor, nas palavras do ministro de finanças...
Percebem-se melhor, agora, as reservas de António Costa durante as conversações com Passos Coelho, após as eleições de Outubro. Nessa altura, as conversações foram interrompidas por falta de transparência nas contas públicas. Aparentemente, o governo cessante teria omitido o "buraco" do Banif, para não comprometer o défice de 3% prometido a Bruxelas.
Sabemos agora que, nem o banco podia ser salvo, nem o défice de 3% será atingido.
Perante tal situação e obrigado a apresentar um Orçamento Provisório a Bruxelas, antes do fim-do-ano, o governo optou por fechar este dossier, com um mínimo de perdas. A decisão, que pode ser justificada pelas obrigações nacionais (depositantes, aforradores, credores e funcionários) e pelas obrigações internacionais (apresentação de um Orçamento na Europa), não pode agradar ao partido do governo e, ainda menos, aos partidos de esquerda que o apoiam.
A votação, esta tarde, reflectiu isso mesmo: o PS só podia votar a favor de um Orçamento Rectificativo, que apenas passou devido aos votos de abstenção do PSD. Coerentemente, o PCP, os Verdes e o Bloco de Esquerda, votaram contra.
Esperemos, que a lição, tenha sido apreendida de vez. Urge, agora, rectificar os procedimentos de supervisão e controlo do sistema bancário português, cuja crise estrutural e sistémica já levou à falência de 4 bancos (BPN, BPP, BES e BANIF) nos últimos 7 anos.
Nada justifica que continue a faltar dinheiro para as pessoas, enquanto há dinheiro para salvar os bancos.  

1 comentário:

mensagensnanett disse...

A Política com um Novo Paradigma


BPN, BES, Novo Banco, Banif... e... por aonde é que anda a capacidade negocial do contribuinte!!!???!!!???!!!
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Ora, de facto, por muitos mestres/elite em economia que existam por aí... porque é que quem paga (vulgo contribuinte) não há-de ter uma palavra a dizer!!!???!!!???!!!
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Mais, foram mestres/elite em economia que enfiaram ao contribuinte autoestradas 'olha lá vem um', estádios de futebol vazios, BPN, BES, Novo Banco, Banif, etc.
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O CONTRIBUINTE NÃO PODE IR ATRÁS DA CONVERSA DOS PAROLIZADORES DE CONTRIBUINTES - estes, ao mesmo tempo que se armam em arautos/milagreiros em economia (etc), por outro lado, procuram retirar capacidade negocial ao contribuinte!!!
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Mais, quando um cidadão quando está a votar num político (num partido) não concorda necessariamente com tudo o que esse político diz!
Leia-se, um político não se pode limitar a apresentar propostas (promessas) eleitorais... tem também de referir que possui a capacidade de apresentar as suas mais variadas ideias de governação em condições aonde o contribuinte/consumidor esteja dotado de um elevado poder negocial!!!
-» Ver blogs « http://fimcidadaniainfantil.blogspot.pt/ » e « http://concorrenciaaserio.blogspot.pt/ ».
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Anexo:
O CONTRIBUINTE TEM QUE SE DAR AO TRABALHO!!!
-» Leia-se: o contribuinte tem de ajudar no combate aos lobbys que se consideram os donos da democracia!
---»»» Democracia Semi-Directa «««---
-» Isto é, votar em políticos não é (não pode ser) passar um cheque em branco isto é, ou seja, os políticos e os lobbys pró-despesa/endividamento poderão discutir à vontade a utilização de dinheiros públicos... só que depois... a ‘coisa’ terá que passar pelo crivo de quem paga (vulgo contribuinte).
-» Leia-se: deve existir o DIREITO AO VETO de quem paga!!!
[ver blog « Fim-da-Cidadania-Infantil »]
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P.S.
Outros Direitos que já há alguns anos (comecei nos fóruns clix e sapo) aqui o je vem divulgando:
1- O Direito à Sobrevivência de Identidades Autóctones : ver blog "http://separatismo--50--50.blogspot.com/".
2- O Direito à Monoparentalidade em Sociedades Tradicionalmente Monogâmicas: ver blog "http://tabusexo.blogspot.com/".