Explico-me: considero a pergunta formulada incorrecta e traiçoeira. Não sabemos, de facto, não sabemos nós ou o povo britânico, se o voto de ontem foi um sim à saída desta União Europeia ou ao projecto de "União Europeia".
Se foi um voto contra a existência de uma união europeia ou se foi um voto contra a direcção deste projecto, contra ou a favor do rumo que ele tomou. O mesmo se passa com o voto não. Ao votar sim ou não nenhuma pergunta política crucial sobre o futuro da Europa fica respondida.
As distinções não são meros jogos de palavras.
Se a pergunta tivesse sido claramente "concorda com o projecto europeu?" ou "acha que o RU deve participar num projecto europeu?" creio que as leituras teriam sido bem diferentes. Take it or leave it é uma fórmula estúpida, incapaz de garantir a resposta inequívoca que todos pretendiam ou temiam.
Neste sentido não se percebe bem a tristeza de uns e a alegria de outros. A reacção dos partidos de ultra direita europeus mereceria uma outra reflexão, mais alongada. Interrogo-me, para já, sobre as causas da sua alegria. Sofreram uma derrota, por que riem tanto?
Não acredito que os ingleses que votaram pela saída estejam todos contra o projecto europeu. Como também não acredito que os que votaram pela permanência sejam totalmente a favor desta direcção de cariz fascista. Assim sendo, estamos perante uma questão falsa, perante falsos dilemas e continua tudo em aberto.
A votação de ontem não esclareceu nada nem foi uma opção por um mal menor. As alternativas em cima da mesa eram enganadoras. O Brexit é um imenso logro. Nem os ingleses se livraram da UE nem nós nos livrámos dos ingleses. Os problemas vão continuar, para eles e para nós. Ao contrário do que ontem disse Juncker "out will never be out". Por que razão foi in, para começar? O que é que mudou?
O debate segue dentro de momentos. Os ingleses, como os portugueses e todos os outros povos europeus, têm ainda muito para aprender com todo este processo.
O projecto europeu é, se calhar, o projecto mais progressista neste momento no mundo e constitui, talvez, o modelo mais avançado, mais capaz de dar resposta aos desafios da Humanidade no século XXI. Mais susceptível de servir de exemplo aos outros povos. Não há, diria até, outro.
A Europa não é um jogo da fase de grupos em que quem não passa regressa a casa e quem passa segue para os oitavos de final.
As distinções não são meros jogos de palavras.
Se a pergunta tivesse sido claramente "concorda com o projecto europeu?" ou "acha que o RU deve participar num projecto europeu?" creio que as leituras teriam sido bem diferentes. Take it or leave it é uma fórmula estúpida, incapaz de garantir a resposta inequívoca que todos pretendiam ou temiam.
Neste sentido não se percebe bem a tristeza de uns e a alegria de outros. A reacção dos partidos de ultra direita europeus mereceria uma outra reflexão, mais alongada. Interrogo-me, para já, sobre as causas da sua alegria. Sofreram uma derrota, por que riem tanto?
Não acredito que os ingleses que votaram pela saída estejam todos contra o projecto europeu. Como também não acredito que os que votaram pela permanência sejam totalmente a favor desta direcção de cariz fascista. Assim sendo, estamos perante uma questão falsa, perante falsos dilemas e continua tudo em aberto.
A votação de ontem não esclareceu nada nem foi uma opção por um mal menor. As alternativas em cima da mesa eram enganadoras. O Brexit é um imenso logro. Nem os ingleses se livraram da UE nem nós nos livrámos dos ingleses. Os problemas vão continuar, para eles e para nós. Ao contrário do que ontem disse Juncker "out will never be out". Por que razão foi in, para começar? O que é que mudou?
O debate segue dentro de momentos. Os ingleses, como os portugueses e todos os outros povos europeus, têm ainda muito para aprender com todo este processo.
O projecto europeu é, se calhar, o projecto mais progressista neste momento no mundo e constitui, talvez, o modelo mais avançado, mais capaz de dar resposta aos desafios da Humanidade no século XXI. Mais susceptível de servir de exemplo aos outros povos. Não há, diria até, outro.
A Europa não é um jogo da fase de grupos em que quem não passa regressa a casa e quem passa segue para os oitavos de final.