2013/05/02

De morrer a rir


Há dias, alguém (certamente com sensibilidade delicada e digestões difíceis) me chamava a atenção para o tom "sério" deste blog. É tudo muito reactivo, muito "militante", muito grave, muito solene. A solução, segundo este sujeito, seria o humor. Temos de rir, rematava assertivo.
Pois bem, queres (querem) rir? Aqui vão então umas piadolas e outros tantos motivos para umas gargalhadas fartas.
O actual primeiro ministro submeteu-se ao veredicto popular com um programa que preconizava o contrário do que depois veio a ser executado? Ahahahahahah, é de partir o coco! O primeiro ministro comprometeu-se a nunca invocar as escorregadelas do governo anterior para justificar as suas incapacidades e não fez outra coisa desde que tomou posse? Ahahahahahah, estás a gozar! As metas que o primeiro ministro traçou —mesmo indo contra o seu próprio programa eleitoral— não foram cumpridas? Ahahahahahah, é demais, pára, pára! Passaram mesmo a metas volantes?! Ahahahahahah, assim não! Todos os índices que permitem avaliar a acção governativa demonstram o agravamento da situação que o próprio primeiro ministro considerava grave quando tomou posse? Ahahahahahah, eh pá estou quase a mijar-me a rir! Aqui há anos, uma taxa de desemprego de cerca de um terço da actual provocava a ira dos partidos, o cataclismo social e era motivo para queda imediata do governo? Ahahahahahah, por favor, mais não! E o governo prevê que essa taxa aumente para o ano, com mais 200 000 desempregados a invadir os centros de desemprego? Ahahahahahah, caraças, pára!! E a forma de combater este flagelo, mais os problemas "estruturais" da economia portuguesa, é aquilo que o Álvaro apresentou?! Ahahahahahah, nem me consigo conter! Ou "reestruturar a economia" é diminuir os encargos com a segurança social, despedir à vontade e diminuir o tempo de atribuição do subsídio de desemprego, ou mesmo acabar com ele? Ahahahahahah, ai que não aguento!! E, já agora, deixa-se morrer os velhos, termina-se mais cedo o fim dos doentes terminais, tira-se os remédios aos doentes sem remédio, não vão eles viver demais e locupletar-se com o xanax uma eternidade, e deixa-se os miúdos a cair de fome nas escolas, ou, melhor ainda, fecham-se as escolas, porque assim eles têm fome em casa e fica-lhes (e fica-nos!) mais barato?! Ahahahahahah, essa não!, é de partir o caroço!
Entretanto, a criatura de Belém limpa os cantos da boca, cospe um resto de bolo rei ainda escondido na dentadura, faz um ar de mestre escola e apela ao consenso para que se concebam mais medidas que prolonguem a enrabadela geral e funda de que os portugueses estão a ser vítimas? Ahahahahahah, não, não, não, pronto, já rebentei uma veia a rir!!
É oficial: doravante, aqui, por mim, é só rir!