2014/01/17

Os bárbaros estão de volta


Pensava já ter visto e ouvido tudo nestes quase três anos que leva este governo de má memória, mas,  o que hoje se passou na Assembleia da República, ultrapassa tudo o que podia imaginar.
O Parlamento, por iniciativa do PSD, acaba de aprovar uma das leis mais reaccionárias da república, agora que a proposta da bancada do maior partido do governo  - realização de um referendo sobre a co-adopção de crianças por casais do mesmo sexo - foi aceite pelo hemiciclo.
Num país onde nenhuma das leis fundamentais foi, até hoje, sujeita a qualquer referendo - lembro a adesão à CEE, o Tratado de Maastricht, a adesão ao Euro, o Tratado de Nice, o Tratado De Lisboa - uma proposta-lei da Juventude Social-Democrata (!?) pretende pôr em causa (ao arrepio da própria constituição) todo o caminho percorrido no sentido das conquistas civilizacionais que marcaram os últimos quarenta anos da democracia portuguesa.
A não ser que a estratégia do principal partido do governo seja a de criar um elemento de distracção, no momento em que a sociedade portuguesa se vê confrontada com a maior crise social e económica da democracia, não se percebe o porquê desta proposta-lei e, muito menos, o momento escolhido. Pode ainda acontecer, que o reaccionarismo da juventude partidária do PSD, seja maior que o dos seus pais e, nesse caso, estarmos perante um caso de verdadeira patologia comportamental,  associada a uma prática e a um nome há muito condenados pela Constituição Portuguesa e pelo Tribunal dos Direitos Humanos. Chama-se homofobia e não o podemos permitir, sob pena de sermos cumplices de um atraso civilizacional sem par. Há dias em que tenho vergonha de ser português. Hoje foi um deles.

Entrevista de Ricardo Paes Mamede sobre o "milagre económico"...






Entrevista de Ricardo Paes Mamede a Paulo Magalhães no programa 'Política Mesmo', da TVI24, na passada 4ª feira (a partir do minuto 37). 
Está lá tudo, ouça com atenção. É simples...
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