Ficámos hoje a saber, pela boca do senhor ministro das finanças, que se a política do governo Passos Coelho falhar e se o programa de assistência financeira aprovado pela coligação PS-PSD-CDS e implementado por este governo, der com os burrinhos na água, a culpa não é destas forças políticas e do dito Passos Coelho ou do seu ministro, o Lobito Gaspar. A culpa é... do PCP e do BE pois então! A culpa não será da maioria absoluta do Parlamento, nem do governo por ela apoiado. A culpa não será de quem tem responsabilidade de executar este programa. A culpa será da minoria absoluta que se lhe opõe.
Quem tem culpa não é quem assina o cheque careca, mas quem o recebe devolvido.
Ficámos também a saber outra coisa extraordinária. É que, segundo Gaspar, se esta política falhar e a maioria dos portugueses vier a demonstrar que não se revê nela, a culpa dessa rejeição é de forças minoritárias que conseguiriam assim um feito absolutamente notável para o governo e a maioria que o sustenta: sendo minoritárias conseguiriam porém dominar a maioria! Forças que nem sequer constituem a totalidade da minoria, mas são uma minoria dessa minoria.
Estranha democracia esta (a merecer atenção do senhor PR) em que um governo, sustentado por uma maioria legítima, antevê já deixar-se dominar por uma minoria da minoria que se lhe opõe...
Não senhor ministro Gaspar! Se a política de assistência financeira fracassar a culpa não é de nenhuma minoria de esquerda do parlamento. Não, é totalmente sua! É o senhor que tem de a colocar em execução e terá a cabeça a prémio se falhar. É o senhor e o Caminheiro Coelho que têm a responsabilidade total perante um eventual falhanço.
Como, de resto, terão em caso de "triunfo". Disso não tenha a menor dúvida.
2011/11/11
2011/11/08
Acabou-se o "bunga-bunga"
"Allora, che cosa facciamo? Eh, andiamo a lavorare..." (*)
(*) diálogo final do filme "I Vitelloni" de Frederico Fellini (1953)
(*) diálogo final do filme "I Vitelloni" de Frederico Fellini (1953)
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