2014/08/08

BES! BES! BES!


The beat goes on, the beat goes on
Drums keep pounding
A rhythm to the brain
La de da de de, la de da de da






2014/08/03

A Leste nada de novo

Folheio os jornais do fim-de-semana, antes de partir para umas curtas férias fora de Portugal.
Ao contrário de anos anteriores, não há notícias de fogos "postos" (ou outros) essa calamidade que anualmente assola o território de Norte a Sul. Porque será? Imagino ter alguma coisa a ver com um Verão que tarda em surgir. Outra explicação possível, pode ser a prevenção feita no terreno. Seja como for, as estatísticas não mentem: no primeiro semestre deste ano, houve menos de metade dos fogos verificados em igual período de 2013. Nada mau.
Outra notícia, esta de sinal contrário, confirma prejuízos do BES na ordem dos 3,6 mil milhões de euros. Os valores são de tal ordem que, em comparação, o "buraco" do BPN já é considerado "razoável"... Depois destes números terem sido tornados públicos, o valor das acções caíram 40%, após o que a negociação em Bolsa teve de ser interrompida. O contágio ao resto da Bolsa foi inevitável. Estamos, assim, perante um caso de gestão danosa (há quem lhe chame "engenharia financeira"), para a qual o governo procura uma solução que pode passar por uma intervenção estatal (através do BdP)  e a divisão do BES num Banco "bom" e num banco "mau" (onde ficariam os prejuízos) como forma de evitar uma nacionalização que teria de ser paga pelos contribuintes. Provavelmente, o BdP irá usar parte dos 12.000 milhões de euros da Troika destinados a recapitalizar a banca, o que significa o pagamento desta dívida - ainda que de forma indirecta - pelos mesmos contribuintes que estão a pagar o empréstimo do "bailout". Um verdadeiro crime, para o qual muita gente vinha alertando e que o  presidente da república, o governo, o presidente do Banco de Portugal e o líder da oposição, sempre menorizaram, considerando o prestígio do BES como a garantia "moral" de boas contas. E agora, quem paga o "calote"?
Outra coisa que nunca muda é a posição da Russia em relação ao Ocidente e vice-versa, num "remake" da "guerra fria" que muitos julgavam definitivamente enterrada. A luta fraticida entre ucranianos pró-ocidentais, agrupados em redor do governo de Kiev, e separatistas pró-russos que controlam parte da zona Leste do país, não mata apenas ucranianos, mas estrangeiros de muitas nacionalidades, como aqueles que tiveram o infortúnio de embarcar no avião da Air Malaysia há duas semanas atrás. Pesem as "démarches" feitas pelos governos dos países mais atingidos pela tragédia (Holanda, Australia e Malásia), nada faz crer que o esclarecimento deste macabro acidente esteja para breve, num processo ainda difícil de explicar.
Também a Leste, continua o eterno conflito Israel-Palestina, agora centrado em Gaza, onde o exército de Israel leva a cabo uma limpeza étnica sem precedentes, perante o silêncio cumplice dos EUA e da UE, que se limitam a pedir o cessar-fogo e a condenar a morte de civis, principalmente crianças, que morrem diariamente, independentemente do local onde possam estar abrigadas. Encurralados entre o sadismo das tropas sionistas israelitas e o fundamentalismo islâmico do Hamas, os habitantes de Gaza são hoje as principais vítimas, heróis e símbolos maiores de um Mundo onde, apesar de aparentes progressos, continuam a ser espezinhados os valores mais importantes da humanidade e onde nada de relevante parece ter mudado. Tudo como dantes, afinal...

A ler

Um texto a não perder. O autor é Fernando Mora Ramos e o título "O sistémico que convém e a ética dos banqueiros".