2011/11/04

O socialismo continua na gaveta

Para que os europeus não pensem que Portugal é a Grécia, o inseguro Tó Zé já indicou o sentido de voto da sua bancada na próxima discussão do Orçamento de Estado 2012. Será a abstenção: na generalidade e na especialidade. Desta forma, não haverá o perigo dos "mercados" nos confundirem com os gregos socialistas...

2011/11/01

Poker Grego

Ao admitir referendar o segundo pacote de ajuda financeira à Grécia, Papandreou não só se colocou numa posição (aparentemente) insustentável, como abriu uma crise que pode vir a afectar toda a zona Euro e, por extensão, a própria Europa.
Desde logo, no seio do seu próprio partido, que hoje mesmo perdeu dois deputados e onde se exige a sua demissão, o que conduziria a eleições antecipadas. Depois, no governo, onde o seu ministro das finanças, que conduz o processo da dívida em Bruxelas, foi completamente ultrapassado pela notícia. Finalmente, na zona Euro, onde o contágio da crise grega parece agora o mais provável.
A avaliar pelas reacções da população grega, a tendência parece ser negativa. Se houver um referendo, o mais natural é o "não" ser maioritário. Nesse caso, a Grécia deixará de receber ajuda, será declarada insolvente e terá de sair do Euro. O regresso ao Dracma e a um longo período de pobreza será, nesse caso, inevitável. A vencer o "sim", o primeiro-ministro grego sairá fortalecido da crise, pois verá o pacote ser aceite pela população, legitimando dessa forma a sua posição.
Restam os "mercados" que, como sempre, ficaram "nervosos". Em Frankfurt, um dos corretores entrevistados dizia hoje que, desta forma, a Grécia teria de sair do Euro, o que já devia ter acontecido há muito tempo...
Acontece que a queda da Grécia arrastará, inevitavelmente, outros países europeus. Portugal, mas também a Irlanda, a Espanha ou a Itália, serão os próximos alvos dos especuladores. Nessa altura, Merkel perceberá que a estigmatização da Grécia, poderá significar a derrota da estratégia alemã. Será este o último "bluff" de Papandreou?