Os comentários do Presidente da República a propósito do suposto desinteresse da "juventude" pela política são curiosos. Habilmente, de uma forma que só os políticos conseguem (ou têm lata para) fazer, o ónus da culpa é invertido. Até parece que a forma como os políticos servem o poder aos cidadãos não entra nesta equação. Parece mesmo que o cidadão que ocupa actualmente o cargo de Presidente da República não contribuiu generosamente, enquanto primeiro ministro, para esse desinteresse. Parece, enfim, que este mesmo PR não continua a ser um contribuinte activo, apesar dos seus reparos contristados, para esse desinteresse ao ignorar publicamente os desvarios do Presidente do Governo Regional da Madeira, quando todos esperávamos que esta oportunidade para dignificar a prática política (esta prática política de que eles próprios são protagonistas!) não fosse desperdiçada. Rico exemplo que fica para as gerações futuras!
Neste contexto, pergunto-me se os mesmos jovens deputados que intervieram ontem na sessão comemorativa do 25 de Abril na AR terão a noção de que, naquele hemiciclo, são tanto parte do problema como aqueles que eles próprios criticam. Não vi nenhum dos jovens levantar-se da cadeira do poder em que nalguns casos, episodicamente, se sentaram quando o PR teceu as suas considerações.
No 25 já estávamos a 26...?
2008/04/26
2008/04/25
25 de Abril
Hoje de manhã, aqui na minha nova terra, naquilo que aparentava ser parte do programa de "comemoração" local do 25 de Abril, um grupo de crianças fazia uma demonstração de dança no largo principal ao som de um tonitruante "Fame, I'm gonna live forever"...
Na AR, entretanto, decorria a sessão anual de comemoração desta data. Ouvi com atenção as intervenções dos deputados mais jovens e confesso que fiquei comovido com elas. Não foi para ouvir as suas queixas, em muitos casos totalmente legítimas, que o 25 de Abril se fez. Há 34 anos todos ansiávamos por criar condições diferentes para os nossos filhos. É triste e duro ouvir algumas das suas críticas sobre a precariedade, a falta de horizontes, o espartilho desta democracia.
Em todo o caso, cabe-lhes a eles fazerem a sua revolução. Que curiosamente continua, apesar de todos estes anos passados, a ser ainda a minha revolução...
O pior que eles poderão fazer é ficar pela crítica e esperar milagres.
Na AR, entretanto, decorria a sessão anual de comemoração desta data. Ouvi com atenção as intervenções dos deputados mais jovens e confesso que fiquei comovido com elas. Não foi para ouvir as suas queixas, em muitos casos totalmente legítimas, que o 25 de Abril se fez. Há 34 anos todos ansiávamos por criar condições diferentes para os nossos filhos. É triste e duro ouvir algumas das suas críticas sobre a precariedade, a falta de horizontes, o espartilho desta democracia.
Em todo o caso, cabe-lhes a eles fazerem a sua revolução. Que curiosamente continua, apesar de todos estes anos passados, a ser ainda a minha revolução...
O pior que eles poderão fazer é ficar pela crítica e esperar milagres.
Marinhas de sal de Rio Maior
Um local, para mim, desconhecido cuja visita aconselho. Dizem-me que são as únicas salinas de sal-gema existentes em Portugal. Dizem-me também que a extracção do sal neste local deverá remontar à era romana, embora só existam referências explícitas às salinas a partir de 1177.
O local contém ampla matéria de reflexão e vale a pena lançar-lhe um olhar demorado, perceber o seu modo de funcionamento e conhecer as origens de tudo isto.
Inexplicavelmente, a perspectiva que este local transmite ao visitante deixa muito a desejar. A esmagadora maioria das lojas, cafés e restaurantes instalados nas curiosas casas de madeira, antigamente usadas para guardar o sal, está fechada e a informação e as referências ao local, que dista uns 3 km da cidade de Rio Maior, são escassas, e, no mínimo, carecem de uma abordagem mais profissional.
Mereciam mais estas salinas naturais de Rio Maior...
O local contém ampla matéria de reflexão e vale a pena lançar-lhe um olhar demorado, perceber o seu modo de funcionamento e conhecer as origens de tudo isto.
Inexplicavelmente, a perspectiva que este local transmite ao visitante deixa muito a desejar. A esmagadora maioria das lojas, cafés e restaurantes instalados nas curiosas casas de madeira, antigamente usadas para guardar o sal, está fechada e a informação e as referências ao local, que dista uns 3 km da cidade de Rio Maior, são escassas, e, no mínimo, carecem de uma abordagem mais profissional.
Mereciam mais estas salinas naturais de Rio Maior...
2008/04/23
The Big Race
Apesar de esperado, o triunfo de Hillary Clinton na Pensilvânia veio animar uma campanha que, há menos de um mês, dava como quase certa a vitória de Obama nas primárias norte-americanas.
Com 99% dos resultados apurados, a candidata democrata tinha obtido 55% dos votos contra 45% do seu rival, correspondendo a 81 delegados, no total dos 158 lugares em disputa.
As grandes tendências demográficas mantêm-se, com as mulheres, os colarinhos azuis e os seniores brancos a votarem em Hillary; enquanto os negros, os colarinhos brancos e os jovens, continuam a votar Obama.
Para quem pense que Hillary é a candidata com maior apoio financeiro, os números divulgados não mentem: a candidata tem "apenas" $3.8 milhões para gastar, enquanto Obama dispõe de um "budget" de $11, o que nesta fase da corrida pode vir a revelar-se determinante.
Pese o bom momento de Obama, a verdade é que o candidato de Illinois não consegue "descolar" da rival. Para esta aparente contradição, os analistas dão cinco explicações: a "raça" (os americanos não estarão preparados para um presidente negro); a "inexperiência" (o candidato não tem experiência internacional); "os colarinhos azuis" (o candidato não consegue cativar os mais mal pagos); o "reverendo Wright" (as ligações ao pastor racista da sua paróquia) e a "mudança" (que ninguém sabe muito bem o que é).
Resta a opinião dos "super-delegados", que irá ser determinante na escolha do candidato democrata. Para já, a diferença entre delegados obtidos é de 1.719 para Obama, contra 1.591 para Clinton. Irá Hillary a tempo de recuperar?
Com 99% dos resultados apurados, a candidata democrata tinha obtido 55% dos votos contra 45% do seu rival, correspondendo a 81 delegados, no total dos 158 lugares em disputa.
As grandes tendências demográficas mantêm-se, com as mulheres, os colarinhos azuis e os seniores brancos a votarem em Hillary; enquanto os negros, os colarinhos brancos e os jovens, continuam a votar Obama.
Para quem pense que Hillary é a candidata com maior apoio financeiro, os números divulgados não mentem: a candidata tem "apenas" $3.8 milhões para gastar, enquanto Obama dispõe de um "budget" de $11, o que nesta fase da corrida pode vir a revelar-se determinante.
Pese o bom momento de Obama, a verdade é que o candidato de Illinois não consegue "descolar" da rival. Para esta aparente contradição, os analistas dão cinco explicações: a "raça" (os americanos não estarão preparados para um presidente negro); a "inexperiência" (o candidato não tem experiência internacional); "os colarinhos azuis" (o candidato não consegue cativar os mais mal pagos); o "reverendo Wright" (as ligações ao pastor racista da sua paróquia) e a "mudança" (que ninguém sabe muito bem o que é).
Resta a opinião dos "super-delegados", que irá ser determinante na escolha do candidato democrata. Para já, a diferença entre delegados obtidos é de 1.719 para Obama, contra 1.591 para Clinton. Irá Hillary a tempo de recuperar?
2008/04/20
Palhaçada Atlântica
Quem estava à espera de uma reacção do Presidente da República, aos recentes dislates do régulo madeirense, saiu defraudado. Quem não estava à espera, pôde confirmar a fibra de que são feitos os políticos portugueses, PR incluído.
É caso para dizer: estão bem um para o outro.
É caso para dizer: estão bem um para o outro.
Subscrever:
Mensagens (Atom)