2009/02/27

a última citação que me mandaram

«Acredito que as instituições bancárias são mais perigosas para as nossas liberdades do que o levantamento de exércitos. Se o povo Americano alguma vez permitir que bancos privados controlem a emissão da sua moeda, primeiro pela inflação, e depois pela deflação, os bancos e as empresas que crescerão à roda dos bancos despojarão o povo de toda a propriedade até os seus filhos acordarem sem abrigo no continente que os seus pais conquistaram.»

Thomas Jefferson, 1802

2009/02/24

No meio do aparente caos

Nem tudo vai mal. Vale a pena assinalar a sentença sobre o caso denunciado pelo actual vereador da CML José Sá Fernandes, de uma tentativa de corrupção por parte de Domingos Névoa, o administrador da Bragaparques.
Não há nada a acrescentar. O caso ficou provado, o administrador da Bragaparques foi condenado e a sentença foi exemplar, embora o montante da multa aplicada se afigure, de facto, totalmente ridículo.
Todos são presumidos inocentes até trânsito da sentença em julgado, repete-se vezes sem conta neste país onde tudo se alega para que a justiça fique por cumprir. Mas, este caso não contempla alegações adicionais. A corrupção não é afinal uma fantasia de gente mal intencionada. Ela existe mesmo. E por este caso ficamos ainda a saber como é que "determinadas pessoas agem para corromper outras."

O insustentável peso da censura

De forma cordata e pedagógica o Dr. Elísio Sumavielle, director do IGESPAR, tem passado o dia de hoje a explicar aos portugueses que a "lei da rolha", imposta aos técnicos e funcionários daquele Instituto, não é censura. Diz ele, com candura, que passou por muitas situações idênticas enquanto funcionário e que acha perfeitamente normal esta regra de funcionamento interno. Pois.
Acontece que medidas como esta, não sendo sequer inovadoras, têm vindo a repetir-se mais frequentemente do que seria desejável. Estamos a lembrar-nos da perseguição e suspensão, aplicada pela coordenadora da DREN ao professor Charrua no Porto; a visita da polícia a um sindicato de professores em Coimbra, durante as manifestações de 2008; ou as ameaças explícitas do ministro da propaganda socialista, o inenarrável Augusto Santos Silva, que faz gaúdio em anunciar que gosta de "malhar" na oposição.
A outro nível, mas não menos preocupante, é a intromissão da Igreja nos hábitos e costumes dos cidadãos, condenando o casamento com membros de outras religiões, ou censurando a homosexualidade como um comportamento desviante.
Hoje mesmo, a comunicação social dá conta da apreensão de alguns exemplares de um livro de arte, cuja capa reproduz um quadro famoso de Gustave Courbet (ver "post" anterior) com a pretensa e esfarrapada justificação da pornografia.
Sabíamos que a "lei da rolha" era uma prática vulgar nos tempos da "outra senhora", da mesma forma que o "centralismo democrático" ainda continua a ser aplicado em partidos estalinistas. Também sabemos que o progresso nunca foi apanágio da igreja e dali não se esperam grandes "revelações".
Começa, no entanto, a tornar-se prática corrente a tentativa de "abafar" vozes que discordem da cultura dominante. Tudo o que sai da "normalização" e arrisca incomodar o poder (político ou outro) começa por ser negligenciado e, em última análise, silenciado. Se não podemos silenciá-lo, há sempre um regulamento interno para justificar a sanção. Ora estas, cada vez mais frequentes, erupções autoritárias não surgem do nada, nem sequer da pena de um legislador mais zelota.
Antes radicam numa longa história de censura e punição, certamente iniciada na velha inquisição, continuada no recente fascismo e hoje aplicada por governantes de espírito castrador. Ou seja, uma tradição de 400 anos. É obra.
Como tudo o que é demais, começamos a estar fartos desta gente de voz cândida e persecutória. Pactuar com tal vileza seria sujeitarmo-nos à condição de figuras passivas de um jogo no qual só podemos participar se abdicarmos da opinião. Esperamos que os funcionários do IGESPAR não deixem de dizer o que lhes vai na alma, pois para património arqueológico já bastam as pedras tumulares. Maior peso, só mesmo o da censura.

O pecado da nudez

Esta ridícula sanha persecutória que se tem verificado ultimamente contra o "nudismo" e os tiques autoritários revelados pela acção das entidades oficiais protagonistass nesta matéria, não conseguem esconder a verdade nua e crua: a actuação global do MP, da PSP e das restantes entidades que lidam, directa ou indirectamente, com os problemas de aplicação da justiça em Portugal (no fundo, todo o Estado!) revela um saldo altamente negativo de incompetência e de oportunismo.
É certamente essa a convicção da generalidade dos cidadãos. E o mau cheiro que todos os dias vai emanando de todas estas instituições é cada vez mais insuportável. Não há perfume que o disfarce e já não há narina que aguente.
É bom que se lhes faça sentir, com grande clareza e firmeza, que estas suas acções de defesa da falsa virtude têm o condão de tornar os seus próprios pecados ainda mais sinistros ao nosso olhar!!
Vai sendo tempo de lhes pedir contas e de deixar de condescender com a sua própria bandalheira...