Não deixa de ser curioso e não pode deixar de merecer um olhar especial o facto de o Manifesto dos 70,
 hoje dado a conhecer, ter merecido tão amplo, violento e sincronizado 
coro de críticas. No noticiário, via Twiter, aqui mesmo do seu lado direito, encontrará artigos vários sobre o assunto.
O primeiro ministro já vai na segunda reacção pública 
num espaço de poucas horas. Ontem ainda, apressou-se a reagir, antes 
mesmo de o documento e os seus subscritores serem cabalmente conhecidos.
 Hoje voltou à carga fazendo voz com a ministra das finanças. Já ontem 
também, o ministro Maduro tinha vindo ajudar à missa. E hoje veio-se a 
saber que dois conselheiros do presidente da 
república tinham subscrito o manifesto, tendo sido imediatamente 
exonerados com enorme estrondo. Finalmente, a própria Comissão Europeia 
apressou-se, já hoje também, a dizer que a dívida portuguesa é afinal 
sustentável. Assim seria se a classe média não estivesse a chegar ao 
osso. É que o famoso diálogo de Colbert e Mazarin, na peça Le Diable Rouge não passa de ficção.
Registam-se as críticas, surpreendem os silêncios. 
Duas
 conclusões parecem poder, entretanto, tirar-se de tudo isto. Primeiro, na 
razoabilidade das suas conclusões e simplicidade e clareza das propostas
 o manifesto fez mossa da grossa. Segundo, há afinal fissuras sérias no 
poder que agora ficaram expostas e a sangrar.
O manifesto dos 70 constitui um instrumento inegavelmente 
poderoso e sério e um instrumento real para ajudar a dar um rumo novo à 
contestação aos ditames de Bruxelas e a este desgraçado e desacreditado 
governo. Um instrumento que pode permitir ultrapassar os interesses e 
conluios de uns, as tergiversações, o voluntarismo ultrapassado e 
inconsequente de outros e a retórica cheia de acne de outros ainda.
Todos
 eles vão ser agora obrigados a sair da chamada zona de conforto. As 
propostas do manifesto são claras, simples e podem ter efeitos políticos
 amplos e devastadores. Nem uma vitória do voto em branco, se fosse 
viável, conseguiria ir tão longe! 
O combate parece já aberto, inevitável e a sua sustentabilidade política parece demonstrada. Vamos é
 ver quem é que, afinal, estava à altura do confronto. 
2014/03/12
2014/03/09
100 Anos
Se fosse viva, a minha mãe faria hoje 100 anos.
Lá estive, no cemitério, como é hábito neste dia, para oferecer-lhe flores.
Rosas brancas e vermelhas, aquelas de que mais gostava.
A vida, essa, continua...
Lá estive, no cemitério, como é hábito neste dia, para oferecer-lhe flores.
Rosas brancas e vermelhas, aquelas de que mais gostava.
A vida, essa, continua...
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