
Os valores envolvidos neste escândalo não deixam de fazer tremer um teso como eu quando se lhes aplicam bitolas comparativas, como faz Paulo Ferreira: mais de metade do custo previsto para o novo aeroporto de Alcochete, cerca de 1% de toda a produção portuguesa durante um ano, o orçamento anual do MAI, a verba que a Segurança Social tem durante um ano para pagar os subsídios de desemprego, morte, doença e maternidade...
Esqueçam o Freeport. Este, sim, é o maior escândalo em que este governo está envolvido.
"Como é que se decidiu a solução antes de averiguar qual era a dimensão do problema?" pergunta Paulo Ferreira, que muito justamente acrescenta que este "era um problema que devia ter ficado do lado dos privados, dos accionistas (...) e dos clientes."
Opções criminosas fizeram, ao invés, passar o problema para as mãos dos contribuintes portugueses, transformando o BPN num verdadeiro freeport, um autêntico e escandaloso paraíso fiscal. Por mais piruetas de retórica que tentem executar esta é a realidade.