2010/09/03

Que fazer com este livro...?

Os sinais na Europa, em matéria de convivência intercultural, são preocupantes. Basta lembrar as medidas do presidente Sarkozy contra os ciganos.
Uma notícia perturbante que nos vem agora da Alemanha faz adensar esta preocupação: um vice-presidente do Bundesbank, Thilo Sarrazin, publicou na passada segunda feira um livro -- chamado "Deutschland schafft sich ab" ("A Alemanha destrói-se a si própria")-- onde é enunciada uma série de teses racistas. O livro está a causar ume enorme controvérsia e a suscitar pressões para que Sarrazin seja demitido do cargo que ocupa. Mas, tem muitos apoiantes...
Na origem desta controvérsia estão os comentários dirigidos sobretudo aos imigrantes turcos na Alemanha. Uma das muitas teses defendidas por Sarrazin é a de que as comunidades muçulmanos têm prejudicado mais do que têm ajudado a economia alemã, já que preferem viver da segurança social. Segundo este banqueiro, transformado em sociólogo e antropólogo amador, os muçulmanos são dotados de uma "estupidez hereditária" mas, ao mesmo tempo, têm uma taxa de fertilidade maior, o que está a contribuir para baixar o QI colectivo do país.
Podem ler-se aqui, aqui e aqui ecos de alguma da polémica que rodeia a publicação deste livro e aqui podem ler-se ainda alguns comentários proferidos ao longo dos tempos pelo dr. Sarrazin, coligidos pelo Spiegel, bem como a análise da imprensa alemã sobre este assunto.
O que as inúmeras análises e notícias saídas sobre este tema não relevam é que, por um lado, há sondagens que mostram que 1/3 da população está de acordo com as teses do dr. Sarrazin e, por outro lado, que ele é membro do SPD.
Os comentários contra as teses de Sarrazin são muitos. Há também quem o aponte como uma vítima da livre expressão do pensamento.  Será, mas a simples leitura do resumo da prosa de Sarrazin (não li o livro) pode levar-nos a pensar que estamos perante um documento daqueles que contêm as teses preparatórias de um qualquer congresso do partido nacional-socialista. Mas, não! É um livro escrito por um social-democrata, hoje, na Alemanha.

2010/09/01

O polvo, a nuvem e o terramoto

Que há um "polvo", e não só o da série televisiva italiana, parece-me claro.
Que há muita gente interessada, em lançar uma "nuvem" sobre esta história absurda, é por demais evidente.
Que esta situação deve poder provocar um "terramoto" nas instâncias responsáveis - FPF, ADoP e Secretaria do Desporto - são os meus desejos mais sinceros.

2010/08/31

Novo Amanhecer

Sete anos após a invasão, as tropas dos EUA deixaram hoje, formalmente, o Iraque. No país permanecem 50.000 militares e consultores que deverão retirar definitivamente em finais de 2011. O que começou com uma das mais infames mentiras dos tempos modernos - a invasão e ocupação de um país soberano e independente com o argumento da existência de armas de destruição maciça - terminou sem honra e sem glória. Para trás, ficam 4.421 soldados mortos, 35.000 feridos, mais de 185.000 vítimas civis, 3.000 biliões de dólares gastos, um estado inoperacional, milhões de desalojados, um governo inexistente, uma indústria petrolífera semi-operacional, um dos mais valiosos espólios museológicos do Mundo vandalizado, aumento exponencial da mortalidade infantil e epidemias diversas devido à destruição dos hospitais e falta de medicação adequada, um país dividido e ameaçado de ruptura no futuro...É esta a herança da política cega levada a cabo pela administração Bush que, para além de ter destruído o país, isolou os EUA do Mundo e contribuiu para a perda de influência americana na região. Esta parece, de resto, ser a percepção de Obama, que fez desta retirada um "ponto de honra" e anunciará hoje o cumprimento da sua promessa eleitoral. Desta vez, sem usar o termo caro a Bush "missão cumprida", mas aceitando a amarga realidade que lhe foi imposta pelo impasse militar: a consciência de que a América pode ter ganho a guerra, mas não ganhou certamente a paz.

Adão e Evo

Sala de espera das consultas externas do Hospital de Cascais. Apinhada. Um casal, na casa dos setentas, procura a casa de banho. A mulher "quer fazer xixi", o homem segue-a. Lá encontram a porta da dita casa de banho. Antes de entrar, a mulher entrega a mala de mão ao marido.
Este fica a olhar o objecto por um instante e, de repente, desata a gritar "— Toma lá isto (a mala...)! Não percebo porque é que tenho de ficar a segurar isto (olha com desdém para a mala...) sempre que vais à casa de banho. Depois fico aqui à espera, de mala na mão, pareço um maricas!" E lá vai ele, furioso, casa de banho dentro, devolver a mala à mulher...
Evo Morales tem razão. Este não comeu frango com hormonas de certeza. E não era careca, tão pouco.

2010/08/30

A ADoP castigou Queiroz

Esperemos agora que TODAS as figuras públicas envolvidas em casos e polémicas neste país sejam julgadas e condenadas com a mesma rapidez e com o mesmo exacto rigor usado para enforcar o seleccionador nacional! 
Se isto é assim com um caso que envolve uns gajos que se limitam a andar a correr atrás duma bola e a urinar para um frasquinho, para verificar se correm por gosto ou por outro motivo qualquer, pergunto como deveria ser com os casos que polvilham diariamente os nossos orgãos de comunicação, que exigem, a meu ver, pelo menos critérios equivalentes.
E espero mais! Espero que a próxima revisão constitucional consagre a ADoP como 4º poder e que seja definido o competente lugar na hierarquia do Estado. Como está a coisa agora, a constitucionalidade da decisão de suspender o seleccionador nacional e as competências que tem este organismo parecem ser duvidosas...
Se a ADoP for, de facto, consagrada constitucionalmente como um dos pilares do Estado de direito, alimento a secreta esperança de que ainda possamos, quiçá, ver o dr. Luís Horta sentado nas cerimónias oficiais ao lado do PR, do Presidente da AR, do PM, dos Presidentes dos Tribunais, das chefias militares, etc, a ver desfilar as tropas em parada...

Devo confessar que a ideia me atrai...