2010/08/31
Novo Amanhecer
Sete anos após a invasão, as tropas dos EUA deixaram hoje, formalmente, o Iraque. No país permanecem 50.000 militares e consultores que deverão retirar definitivamente em finais de 2011. O que começou com uma das mais infames mentiras dos tempos modernos - a invasão e ocupação de um país soberano e independente com o argumento da existência de armas de destruição maciça - terminou sem honra e sem glória. Para trás, ficam 4.421 soldados mortos, 35.000 feridos, mais de 185.000 vítimas civis, 3.000 biliões de dólares gastos, um estado inoperacional, milhões de desalojados, um governo inexistente, uma indústria petrolífera semi-operacional, um dos mais valiosos espólios museológicos do Mundo vandalizado, aumento exponencial da mortalidade infantil e epidemias diversas devido à destruição dos hospitais e falta de medicação adequada, um país dividido e ameaçado de ruptura no futuro...É esta a herança da política cega levada a cabo pela administração Bush que, para além de ter destruído o país, isolou os EUA do Mundo e contribuiu para a perda de influência americana na região. Esta parece, de resto, ser a percepção de Obama, que fez desta retirada um "ponto de honra" e anunciará hoje o cumprimento da sua promessa eleitoral. Desta vez, sem usar o termo caro a Bush "missão cumprida", mas aceitando a amarga realidade que lhe foi imposta pelo impasse militar: a consciência de que a América pode ter ganho a guerra, mas não ganhou certamente a paz.
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