2014/10/31

De que é que está tudo à espera?

Estou 100% de acordo com este texto do Sérgio Lavos. Ocorrem-me várias perguntas, contudo. Em primeiro lugar, o que raio aconteceu para este Passos Coelho ter ganho o poder que ganhou? Qual foi, de facto, a causa do aparecimento e do protagonismo que ganharam estes "Passos Coelhos" todos? O que segura a tribo dos "Passos Coelhos"? Quem foi, ou melhor, quem foram os dr. Jekills que criaram estes mr. Hydes? Como exterminá-los a todos? Quem está, de facto, de acordo em exterminá-los e quem é que afinal gosta e a quem é que dá jeito a indigência mental de Passos Coelho? Será assim tão difícil remeter este bandalho e os seus apaniguados para a sua verdadeira dimensão? De que é que está tudo verdadeiramente à espera?

10 comentários:

rui mota disse...

Também estou de acordo com o texto de Lavos. Voltamos sempre ao mesmo: o "esquecimento" ou a "falta de memória" da maior parte da população portuguesa, que radica em coisas tão simples como a iliteracia funcional (não percebem o que lêem), a ignorância estrutural (à excepção do futebol), o medo (a subserviência ancestral) e a corrupção generalizada (o clientelismo é larvar na sociedade portuguesa). Não existe massa crítica e sem cidadania não há controlo do governo.
Já temos aqui ingredientes que cheguem. Junte-se a isto, os interesses (representados pelos partidos do chamado "arco da governação") e penso que dá para entender. Passos ou Costa, são o polícia mau e o polícia bom deste filme. Por uma simples razão: nenhum deles quer mudar nada de essencial, mas apenas manter o regime (É preciso que alguma coisa mude, para que tudo fique na mesma, certo?). É assim tão difícil de perceber?

Carlos A. Augusto disse...

O que eu tento dizer aqui é que, para além da óbvia iliteracia, medo, etc., há mais qualquer coisa. Quem suporta e participa no poder não tem medo e sabe ler tudo muito bem. Não há poder funcionalmente iliterato. Há antes quem saiba agir de forma politicamente astuta dando ar que está contra mas agindo a favor... E nem sempre é de forma consciente.

rui mota disse...

Estás a falar do PS? Pois...

Carlos A. Augusto disse...

Sim, mas não só, de modo nenhum! Ninguém está inocente neste embrulho...

rui mota disse...

Pois não, mas é sempre bom chamar os bois pelos nomes. Há uns mais culpados do que outros: desde logo quem passou pelos governos (PSD, PS e CDS); depois, as famílias do costume: a banca, os empresários do regime, as irmandades (Maçonaria e Opus-Dei), os grandes escritórios de advogados, etc.
É sempre mau culpar toda a gente, pois como dizia o José Mário Branco (FMI) "como a culpa é de todos, ninguém tem culpa"...

Carmo da Rosa disse...

“o que raio aconteceu para este Passos Coelho ter ganho o poder que ganhou?”

Eleições, democracia parlamentar. São coisas novas, acabaram há (relativamente) pouco tempo de sair.

“Qual foi, de facto, a causa do aparecimento e do protagonismo que ganharam estes "Passos Coelhos" todos?”

Este pergunta retórica é uma redundância, uma repetição da pergunta anterior, por isso, respondo apenas com idem....

“Quem foi, ou melhor, quem foram os dr. Jekills que criaram estes mr. Hydes?”

Foi o nosso bom povo português, de que os Passos Coelhos (assim como todos os outros, tanto de esquerda como direita), goste-se ou não, são parte integrante.

“Como exterminá-los a todos?”

Acabando com a democracia parlamentar e substituí-la pela ditadura do proletariado. Mas não vai ser fácil, dado que hoje em dia e graças à internet (uma invenção dos malvados da CIA),
grande parte dos proletários portugueses sabe muito bem que têm um salário e qualidade de vida bem superiores aos seus camaradas proletários na China ou em Cuba.

“Será assim tão difícil remeter este bandalho e os seus apaniguados para a sua verdadeira dimensão?”

Só mudando de povo.

“De que é que está tudo verdadeiramente à espera?”

Uns (ainda) esperam pelo Dom Sebastião, outros pela Virgem Santíssima, ainda outros pelo doutor Oliveira Salazar. Mas por enquanto a maioria, pelos vistos, está satisfeita com o Passos Coelho... Muitas mais cores não existem no firmamento lusitano.

Carlos A. Augusto disse...

Meu caro Carmo da Rosa:
Digo-lhe com todo a simpatia (alguém que se dá ao trabalho insano de comentar as coisas aqui do blog só pode merecer a minha verdadeira simpatia) que o tom moralista e um bocado paroquial que você coloca nas suas apreciações e análises fá-lo perder foco e embacia a sua intervenção.
Estou-me a cagar para o "proletariado", os "malvados da CIA", a esquerda e a direita, a China e Cuba e todos esses clichés que o meu amigo para aqui despejou . Está enganado! Está profundamente enganado.
Eu sou monárquico. Gosto de fado, muito vinho, touros e de gajas! E nada de emancipações!!
Ao partir portanto de um pressuposto errado, acerta totalmente ao lado. Você faz infelizmente parte daquele grupo, cada vez mais numeroso, que lê o que quer ler, naquilo que quer ler o que quer ler, para depois dizer o que queria dizer logo para começar. Consigo não há contraditório. Método científico deve ser coisa que você imagina ser nova tática do futebol moderno.
Resultado, não adianta nada ao tema em debate, a saber, qual é a raiz do "coelhismo", como reflecte ele a sociedade portuguesa e qual será a forma de nos livrarmos, nós que desgraçadamente o temos aqui de aguentar, desta pestilência. Livrarmo-nos nós dele ou livrar-se ele de nós, como é o seu caso?
Ao contrário do que sugere, eu sou mesmo democrata, embora defenda uma monarquia parlamentar, e acho que é mesmo a desgraçada da democracia que está em perigo com estes trastes. Para além de ser intrinsecamente democrata, sou acérrimo e incondicional defensor da liberdade de expressão, o que quer dizer que pode vir aqui expressar opiniões sempre que entender. A caixa de comentários estará sempre aberta para si.
Defendo a sua liberdade e a minha e por isso lhe digo que nestes termos em que expressa as suas opiniões elas não adiantam a ponta de um corno à discussão. Não são sérias. O estilo que usa, do padreca a perorar do fundo do confessionário ao penitente parolo, atrasado, incivilizado e ignorante, não cola aqui com o blog nem com nenhum dos seus autores. Serve apenas para você ouvir, aí onde está, o eco das suas palavras e quiçá ficar muito contente. Mas não me ensina nada. E, sabe Deus, como eu preciso de aprender!! Mas agradeço a sua intervenção...

Carmo da Rosa disse...

Caríssimo Carlos A.

Diz-me com toda a simpatia que comentar no seu blog é um trabalho insano!!! Mas então, porque raio tem o blog uma caixa de comentários? É só para inglês ver? Ou somente para os amigos mais íntimos, que fazem parte do seu inner circle e que frequentam precisamente o mesmo café da ‘báááxa’ que o meu caro amigo?

Outra coisa, não se tratava de apreciações nem de análises, mas simplesmente de respostas simples às suas perguntas retóricas. Você colocou um ponto de interrogação e não deu resposta, o que é normalmente uma forma de dizer (gritar): Malta, ó da guarda, estou à rasca, não sei como lidar com esta tragédia político-social que me assola a mente e a alma...

Eu, incorrigível moralista (o meu lado esquerdista que me ficou agarrado à pele desde ‘68), fui em seu socorro respondendo o mais concretamente possível às suas perguntas! Mas é verdade que no meu entusiasmo esqueço-me sempre que de modo geral a nossa gente não é grande apreciadora de respostas concretas. Têm normalmente uma predilecção especial pelo metafísico, pelo misterioso, pelo críptico. E também por longos discursos que dão a ideia vaga (no tamanho e no fraseado) de métodos científicos. Pela mesma razão não foram os nossos compatriotas que inventaram a máquina de lavar a louça, que tanto jeito faz – trata-se de uma maneira diferente de pensar, é coisa demasiado concreta para a nossa gente. Talvez encontre mais facilmente no que acabei de dizer a raiz do “coelhismo”, e não tanto em altas cogitações ou desesperos existenciais. Estou apenas a dar uma dica...

É verdade que "proletariado", os "malvados da CIA", a esquerda e a direita, a China e Cuba” são horríveis cliché’s, mas isso não significa que estes conceitos, à falta de melhor, não possam ser usados, sobretudo quando a pergunta vem mesmo a calhar e o “coelhismo”, que tanto o inquieta, se mantem ao longo do texto uma insuportável incógnita...

Ser monárquico, gostar de fado, muito vinho, touros e de gajas é apenas um perfil pessoal como outro qualquer, e que, com uma ligeira modificação, poderia perfeitamente ser o meu (retirando a monarquia e acrescentando tácticas de futebol). Por isso, não me pode servir de pressuposto para coisa nenhuma! Apenas respondo ao texto (público) escarrapachado na internet...

Agradeço o facto da caixa de comentários estar sempre aberta para mim, mas dito desta forma até parece ser por especial favor! Não quero ser chato, mas creio que em liberdade de expressão até sou um pouco mais acérrimo defensor. No meu blog é uma balda: estou-me completamente borrifando se os comentadores são monárquicos, democratas, fascistas ou hooligans de futebol, além disso, os comentários não vão ser previamente aprovados pelo autor do blog – tenho mais que fazer....

Carlos A. Augusto disse...

Veja só a força, o impacto e as consequências da sua argumentação...

Aviso de Sismo Sentido no Continente 08-11-2014 01:24
Informação Sismológica Aviso de Sismo Sentido no Continente 08-11-2014 01:24 O Instituto Português do Mar e da Atmosfera informa que no dia 08-11-2014 pelas 01:24 (hora local) foi registado nas estaçôes da Rede Sísmica do Continente, um sismo de magnitude 2.3 (Richter) e cujo epicentro se localizou a cerca de 14 km a Sul-Sudeste de Évora. De acordo com a informação disponível, este sismo foi sentido, devendo em breve ser emitido novo comunicado com informação instrumental e macrossísmica actualizada. Se a situação o justificar serão emitidos novos comunicados. Sugere-se o acompanhamento da evolução da situação através da página do IPMA na Internet (www.ipma.pt) e a obtenção de eventuais recomendações junto da Autoridade Nacional de Proteção Civil (www.prociv.pt). Sáb, 08 Nov 2014 01:44:24

Carmo da Rosa disse...

Peço imensa desculpa, não era minha intenção colocar o oponente a ler sofregamente boletins do Instituto de Sismologia Nacional.

Já me daria por contente se tivesse ficado a lamber pacotes de baunilha durante três dias...