2024/11/06

A minha opinião sobre as eleições na América

A Democracia trouxe com ela a possibilidade de exprimir a nossa opinião, dentro de determinados limites, impostos pelos próprios princípios democráticos. Hoje, no rescaldo das eleições americanas, chovem os comentários de todos os lados. Toda a gente pensa que tem, e tem, de facto, direito a largar a sua sentença sobre o tema. Infelizmente, a esmagadora maioria não faz a mais pálida ideia sobre o que está a falar, mas fica toda contente porque tem esta prerrogativa que a Constituição lhe confere. Na melhor das hipóteses, acaba por desservir uma análise correcta dos factos, mas ajuda a aumentar ainda mais o ruído insuportável a que estamos habitualmente sujeitos.

Ora, como vivemos em Democracia, como sublinhei no princípio, também eu tenho direito a contribuir para o barulho. Eis, pois, o que penso sobre a eleição americana.

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Claro que estou aberto a debate. Vamos ao contraditório...

EUA: o dia seguinte

Imagem REUTERS
Imagem REUTERS

Não há verdadeiramente uma surpresa nos resultados destas eleições. Talvez a vitória esmagadora de um fascista que (et pourtant) apesar do seu discurso xenófobo, racista, misógino e divisionista, conseguiu canalizar as frustrações dos "little men" do Midwest americano. Os votantes do partido republicano não votaram num programa político, mas em Donald Trump, o líder incontestado. Estamos a assistir ao culto do líder, uma constante em todos os partidos autocratas.  

A estratégia (!?) dos democratas foi desastrosa do princípio ao fim: afastamento tardio de Joe Biden, nomeação de uma candidata, sem passar pelo escrutínio das "primárias", pouca preparação de Kamala Harris em assuntos tão importantes como a economia, as relações comerciais com a China e a Europa, a Nato, as guerras da Ucrânia e da Palestina, etc., sobre os quais nunca foi clara e teve sempre um discurso redondo. Um falhanço total que os liberais vão pagar caro. 

Quando apostamos no mal menor, arriscamos levar com o mal maior. É dos livros. Leia-se o Reich da "Psicologia de Massas do Fascismo", escrito em 1933. Está lá (quase) tudo o que devemos saber.

Vem aí o fascismo norte-americano (sempre lá esteve) e, porque tudo o que se passa nos Estados Unidos acaba por influenciar a Europa, também seremos afectados por este resultado. De resto, o fenómeno (do aumento da influência dos partidos de extrema-direita) já acontece um pouco por todo o continente europeu: nalguns países veio de pantufas, noutros de botas cardadas. Por alguma razão, os ditadores de serviço - Putin, Orbán, Le Pen, Erdogan, Netanyhau, Wilders, Abascal ou Ventura - foram os primeiros a regozijarem-se com a vitória do seu homólogo americano.

Será que as forças progressistas, não aprendem?...

2024/11/05

EUA: eleições num país esquizofrénico

How the U.S. election could help shape Canadian politics

Disputam-se hoje as eleições americanas, já consideradas as mais disputadas e, para alguns, as mais importantes da história dos Estados Unidos. 

Não sabemos se assim é, mas uma coisa é certa: um dos concorrentes (Donald Trump) já afirmou não acreditar no resultado eleitoral (!?), enquanto um dos seus principais apoiantes (Stephen Bannon), afirmou que a primeira coisa que Trump deve fazer, é declarar vitória, antes de saber os resultados (!?). Sobre democracia, na primeira democracia do Mundo, estamos conversados.

Nada que surpreenda, num país onde, para além de todas as conquistas e feitos dos últimos oitenta anos (e foram muitas!), o seu lado mais "negro" foi sempre uma constante, dentro e fora das fronteiras. Um política, baseada na doutrina do "pau e da cenoura", onde os aliados são avaliados em função da vassalagem ao modelo liberal (leia-se "mercado livre"), que permite o negócio puro e duro, independentemente de princípios ou ideologias. Há quem lhe chame "Real Politik". Quem a pratica, recebe a recompensa (a cenoura); quem não concorda, é penalizado (com o pau). Uns "democratas", os americanos...

Sobre Bannon, sabemos que é um apoiante do movimento Alt Right e que foi assessor de Trump na Casa Branca, donde sairia após os acidentes racistas de 12 de Agosto de 2017 em Charlotteville (Virgínia), causados pelos movimentos "KKK", "Supremacia Branca" e "Golden Boys", conhecidos pelas suas teorias racistas e de "substituição". O caso provou grande polémica a nível internacional, após o que Bannon se refugiou na Europa, tendo sido acolhido pelo governo italiano de Salvini. onde se dedicou a organizar e a financiar uma internacional europeia de extrema-direita (neo-fascista), com vista a influenciar as eleições europeias de 2019. Este período, está amplamente documentado no filme "The Brink", da realizadora Allison Klayman (2019) exibido no Festival DOCs de Lisboa, em 2020. Pode ser visionado no Youtube, contra o pagamento da módica quantia de $5. Muito educativo. É este mesmo Bannon, entretanto condenado e preso por fraude e peculato, durante a campanha das eleições intercalares americanas de 2018 que, libertado a semana passada, quer declarar à priori a "vitória" de Trump. Para quem tinha dúvidas...

Quer isto dizer que não existem democratas e defensores acérrimos de uma democracia que, justamente, se orgulha dos princípios que defendem a sua Constituição? Existem e representam cerca de metade dos votantes. Para o bem e para o mal, estes votos estão corporizados na candidata do partido democrata, a liberal Kamala Harris, ainda que esta definição seja, para um europeu, algo diferente daquela que defendem os americanos. Difícil? Talvez não. Afinal, Harris, a democrata, defende a pena de morte, a lei das armas que lhe permite ter um revólver em casa (para o caso de ser assaltada...), que afirma defender a solução de dois estados para o problema da Palestina (enquanto aprova o envio de armas para Israel), mas não tem uma palavra de solidariedade para com o povo palestiniano. Sobre a NATO e a guerra comercial com a Europa e a China, não se lhe conhece uma ideia ou visão consistente. Uma liberal, vá...

Para os europeus (que não podem votar nas eleições americanas), a decisão pertence aos cidadãos americanos. Já as consequências desta votação, terão impacto em todo o Mundo, pelo menos no chamado "Mundo Ocidental".  Só amanhã, saberemos. Enquanto esperamos, faço minhas as palavras de Noam Chomsky: "ainda que os europeus pensem que há dois partidos na América, Republicanos e Liberais, isso não é verdade. Só há um partido: o partido do Capital". 

Mais claro, era impossível.