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Não há verdadeiramente uma surpresa nos resultados destas eleições. Talvez a vitória esmagadora de um fascista que (et pourtant) apesar do seu discurso xenófobo, racista, misógino e divisionista, conseguiu canalizar as frustrações dos "little men" do Midwest americano. Os votantes do partido republicano não votaram num programa político, mas em Donald Trump, o líder incontestado. Estamos a assistir ao culto do líder, uma constante em todos os partidos autocratas.
A estratégia (!?) dos democratas foi desastrosa do princípio ao fim: afastamento tardio de Joe Biden, nomeação de uma candidata, sem passar pelo escrutínio das "primárias", pouca preparação de Kamala Harris em assuntos tão importantes como a economia, as relações comerciais com a China, a Europa, a Nato, as guerras da Ucrânia e da Palestina, etc., sobre os quais nunca foi clara e teve um discurso redondo. Um falhanço total que os liberais vão pagar caro.
Quando apostamos no mal menor, arriscamos levar com o mal maior. É dos livros. Leia-se o Reich da "Psicologia de Massas do Fascismo", escrito em 1933. Está lá (quase) tudo o que devemos saber.
Vem aí o fascismo norte-americano (sempre lá esteve) e, porque tudo o que se passa nos Estados Unidos, acaba por influenciar a Europa, também seremos afectados por isso. De resto, este fenómeno já acontece um pouco por todo o continente europeu: nalguns países veio de pantufas, noutros de botas cardadas. Por alguma razão, os ditadores de serviço - Putin, Orbán, Le Pen, Erdogan, Netanyhau, Wilders, Abascal ou Ventura - foram os primeiros a regozijarem com a vitória do homólogo americano.
Será que as forças progressistas, aprendem?
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