Ao longo de hora e meia, Ferguson (académico de Berkeley, Harvard, MIT e conselheiro da Casa Branca) escalpeliza as causas e consequências desta crise, passando em revista os momentos mais importantes, sem deixar de interrogar os principais actores e confrontando-os com as suas práticas fraudulentas. Tudo ilustrado com exemplos e graficos claros, ainda que aqui e ali com algum excesso de informação nem sempre fácil de acompanhar. Uma verdadeira lição em "economia fraudulenta", que deixou milhões de pessoas na falência, levou países à bancarrota (a Islândia é o exemplo maior) e provocou um "crash" em Wall Street, como não se assistia desde a grande depressão de 1929.
Se a surpresa é grande, quando confrontados com os dados inequívocos apresentados por Ferguson, mais surpreendidos ficamos ao verificar que a maior parte daqueles que estiveram na origem desta crise, sairam com elevadas indemnizações e, alguns deles, foram inclusive reconduzidos em cargos políticos de responsabilidade financeira.
Se alguma dúvida existisse em relação à promiscuidade existente entre a alta finança e a política, este filme desvanece-a definitivamente. Isso em si é uma boa notícia. A má notícia é que os actuais dirigentes - Obama incluido - não parecem querer ou ter força para contrariar esta tendência. E isto só nos pode preocupar.
A ver, absolutamente.
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