As previsões apresentadas pela Comissão Europeia, que confirmam a análise do "The Economist" e revêem em baixa os números do Orçamento Suplementar do governo, são preocupantes: a contracção da economia não será de 0,8%, mas 1,6% (o dobro!), o "déficit" não será de 3,9%, mas de 4,6% e a taxa de desemprego não será de 8,5%, mas de 8,8%. Entretanto, os analistas vão avisando que a situação ainda pode piorar e chegarmos mesmo à deflação. Recuperação, só mesmo lá para 2011...
Concordou o governo? Nem pensar. Sócrates não tardou em desmentir os comentadores do "The Economist" (que não teriam lido bem as suas declarações) prometendo, desde logo, novos investimentos e linhas de crédito e, a "cereja em cima do bolo", o inenarrável Madaíl, anunciava a candidatura de Portugal à organização conjunta do Mundial de Futebol em 2018. Crise? Qual crise?
Este país parece-se cada vez mais com o "Titanic". Mesmo a afundar-se, a "orquestra" continua a tocar...
4 comentários:
Advertindo desde já que não estou a fazer aqui a apologia do governo, cabe chamar a atenção para o facto de que a revista Economist acertou completamente ao lado nas "previsões" que fez o ano passado. De tal maneira que teve que pedir desculpa...
O pior é que as "previsões" do governo são feitas também por economists que, como se sabe, tiveram todos uma cadeira obrigatória com o João Pinto do F. C. do Porto e, portanto, usam a tática das "previsões" só depois do jogo...
Não quero, repito, fazer a apologia do governo, mas nisto de "previsões" venha o diabo e escolha!
Entretanto, a propósito do Titanic e de música, recomendo vivamente a audição da peça "The Sinking of the Titanic" de Gavin Bryars... Sempre é melhor que dar ouvidos a "economists"...
Quanto ao senhor Madaíl e à possível candidatura de Portugal a co-organizar o Mundial de 2018, acho muito bem.
Pode ser que a falta de vergonha desta gente ajude a evitar a deflação...
A propósito, não era o engenheiro Sócrates o ministro da tutela quando Portugal se candidatou ao Euro 2004...?
Sócrates era, de facto, secretário de estado do desporto em 1999 e, de acordo com uma entrevista que deu posteriormente, deve-se ao governo de então a ideia de apresentar uma candidatura de Portugal que contemplasse 10 estádios 10, porque 6 não chegavam...
Bem me parecia...
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