Para quem não tenha ainda notado, a banca é um negócio artificial baseado num conceito artificial: o dinheiro, uma mera convenção, um simples padrão criado para facilitar o nosso relacionamento uns com os outros e permitir uma mais simples troca dos produtos que cada um de nós produz ou necessita, tornado, ele próprio e de uma forma aberrante, "mercadoria". O negócio consiste em tomar o nosso dinheiro para nos proteger do risco de sermos roubados no meio da rua, serviço pelo qual nos é concedido o privilégio de sermos roubados dentro do banco. Vale tudo e os métodos vão dos mais descarados (como aquele que saca a certos pensionistas, que se vêem obrigados a receber as suas magríssimas pensões através de conta bancária, uma comissão para "manutenção" da conta) até às mais subtis.
É assim que enquanto um enorme coro de vozes de todos os sectores anunciava que depois do resgate vêm aí mais sacrifícios, mais impostos, cortes e contracções, a banca portuguesa ganhava hoje, um dia após o anúncio do pedido desse mesmo resgate, 350 milhões de euros.
Segundo o Económico, hoje na Bolsa de Lisboa o "sector da banca registou ganhos em redor de 5%, com o BPI a liderar e a acelerar 5,12% para 1,31 euros. Já o BES e o BCP ganharam 4,18% e 4,07%, respectivamente. Ambos os bancos estão entre os que mais subiram na Europa, segundo o índice da Bloomberg para o sector."
Entretanto, ainda segundo o Económico, os banqueiros rejeitam a afirmação de que "a recusa da banca em continuar a financiar o Estado português teria sido o factor decisivo para que Portugal endereçasse um pedido de ajuda Bruxelas" e de que os bancos viraram as costas ao governo.
Não se trata de virar ou não as costas ao "Governo", digo eu. Trata-se é de virar ou não as costas a PORTUGAL.
Patriotismo e sentido de comunidade são bons... para o Banco Alimentar.
1 comentário:
Crime não é assaltar um banco. Crime é fundar um banco...
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