2007/07/15

Ibéria

O Prémio Nobel português afirma hoje em entrevista ao DN que Portugal será, mais tarde ou mais cedo, integrado em Espanha. Acredito que não existirão janelas suficientes para defenestrar todos os portugueses que concordam com a ideia, fartos do putedo que por aí vai há tanto tempo e da continuada falta de soluções para os repisados problemas com que nos debatemos.
É um assunto complexo que merece um debate desapaixonado.
Claro que a ideia não seria facilmente implementável. Para começar, a promoção desse debate sobre a intergração dos dois países requer uma maturidade política que os espanhóis, provavelmente, não têm e que os portugueses não têm com toda a certeza. É pena.
Retenho contudo uma afirmação de Saramago, em particular. Diz ele que "Quanto à queixa que tantas vezes ouço sobre a economia espanhola estar a ocupar Portugal, não me lembro de alguma vez termos reclamado de outras economias como as dos Estados Unidos ou Inglaterra que também ocuparam o país."
Creio que podemos esperar um ascendente crescente da economia espanhola sobre a portuguesa. E creio também que talvez não tenhamos mesmo alternativa: se um dia quisermos influenciar ou condicionar o modo de funcionamento da economia espanhola em solo português é bem possível que tenha de ser por dentro. A Ibéria talvez seja mesmo a única solução.
Agora desculpem-me, mas vou ali trancar as janelas...

3 comentários:

Raul Henriques disse...

Também eu sou dos "traidores" que acham que o caminho da Ibéria é inevitável. Quase que diria que o "nosso" azar foi termos ganho aquilo em 1640. Mas talvez não; sempre nos livrámos da terrível coisa que foi a guerra civil deles.
Mas também não quero ser defenestrado. Felizmente tenho janelas duplas...

Carlos A. Augusto disse...

Mas, não nos livrámos da nossa guerra colonial...
É verdade, no entanto, que janelas duplas dão jeito!
Ostia indeed!!!

GK disse...

É melhor trancar as janelas e blindar a porta. Eu assumo-me como "patriotriste". Prefiro esta miséria moral e imaginar-me "espanhola"...