2008/10/30

Controleiros da era digital

As empresas Google, Microsoft, Yahoo, a France Télécom e a Vodafone planeiam, juntamente com grupos de direitos humanos, introduzir um "código global de conduta na internet que proteja a liberdade de expressão e a privacidade contra a intervenção dos governos." Este grupo inicial procura alargar a base de participação.
Esta iniciativa faz parte da Global Network Initiative que se destina, segundo o New York Times, a "evitar ou minimizar o impacte das restrições governamentais na liberdade de expressão." Pese embora o facto de algumas organizações terem já criticado este esforço, descrevendo-o como "pouco mais do que uma afirmação geral de princípios, sem nenhum mecanismo que assegure o cumprimento das regras", a verdade é que este é um tema a que não será nunca demais prestar toda a atenção. Afecta-nos a todos e vai-se tornar cada vez mais importante. Todas as iniciativas destinadas a debater e demonstrar a importância deste assunto são, pois, bem vindas.
O big brother anda aí há muito tempo. Por vezes veste-se de democrata, mas, hoje com ontem, o que pretende é cortar-nos o pio. Digital ou analógico o big brother gosta de ter a última (quiçá, a única!) palavra. O outro lado do hacking pode ser igualmente sórdido.
E há por aí muitos aspirantes a controleiro. Em Portugal, a tentação é mesmo nódoa que cai no melhor pano...

3 comentários:

Rui Mota disse...

o "Controleirismo Português" é estrutural. Vem da Santa Inquisição e prolongou-se com o Fascismo.
Não será fácil sair dele, pois está nos genes.
Mas, a culpa não é só dos "controleiros de serviço". É daqueles que os suportam e apoiam, para, dessa forma, poderem obter algumas "benesses". Se ainda os pudéssemos exterminar, como as baratas...

Carlos A. Augusto disse...

Mas atenção: este problema põe-se, aqui e agora, como se diz. E hoje não estamos no tempo da Inquisição. É só preciso estar atento...

Rui Mota disse...

Claro que o problema já existe agora, só que mais sofisticado. Por isso, mais perigoso. Basta lembrar o cartão 5 em 1 (que permite cruzar dados fundamentais do cidadão); o "chip" proposto para as matrículas de automóveis; ou a "via verde", que identifica todos os percursos feitos em auto-estrada...isto para não falar nas câmaras de televisão ou na própria NET.
O preço a pagar pelo progresso, dirão alguns...é verdade, mas quando a sociedade estiver toda monotorizada, já será tarde para protestar, porque não haverá ânimo para tal (a apatia das sociedades conformadas será então geral).
É dos livros e já foi escrito pelo Huxley.