O "partido popular" e "moderado de esquerda", que dá pelo nome de partido socialista, deu mais um passo na concentração do poder que, diariamente, vai tomando conta do nosso quotidiano.
Hoje, foi a vez do voto dos emigrantes que, pela primeira vez em 35 anos, não vão poder votar por correspondência nas próximas eleições legislativas em Portugal.
A que se deve tal medida, de resto não só apoiada pelo PS? A acreditar nos argumentos apresentados pelo governo, o método existente não era fiável, pois prestava-se a "fraudes" e "cartéis de voto".
Extraordinário argumento de um partido que esteve em metade dos governos que Portugal leva em democracia e que, até hoje, nunca se tinha lembrado de tal coisa.
Vivi 30 anos no estrangeiro e votei, entre 1975 e 1995, sempre por correspondência. Tudo muito simples: recebia o voto por carta, assinalava o partido de preferência e voltava a enviar o voto, num envelope previamente preenchido, por carta registada. Isto tudo, antes do dia das eleições. A prova era feita pelo registo e pelo carimbo dos correios no envelope.
Entretanto, o tempo passou e os votos dos emigrantes começaram a mostrar uma constante, expressa na maioria de deputados eleitos pelo PSD. Num total de 4 deputados, eleitos pela emigração, 3 são normalmente do Partido Social Democrata.
Determinado a mudar tal tendência, que pode ser importante para obter uma segunda maioria parlamentar, o PS começou por eliminar grande parte dos consulados portugueses no estrangeiro. Desta forma, afastava os emigrantes do lugar de voto.
Agora mudou a lei. Como é evidente, a participação dos emigrantes, que já era baixa, vai diminuir ainda mais. Quem é que está para percorrer centenas de quilómetros para poder votar no consulado mais próximo? Ninguém, como é óbvio. De um partido que se diz "popular" e "moderado" que mais podíamos esperar?
5 comentários:
De facto, entre os saldos do património, o controlo do voto e outros actos de governação moderada, não me admiraria nada de ver o primeiro ministro um dia destes a adoptar a proposta da dra. Manuela F. Leite e decretar a suspensão da democracia por 6 meses para pôr tudo na ordem.
Se já tivemos uma série de medidas consagradas no Orçamento que o PSD reclamou serem de sua autoria, porque não adoptar agora essa "proposta"...?
Partido moderado e de esquerda? Quando? Hoje? Ontem? Amanhã? Ó Rui Mota, tenha pudor...
Anónimo:
"Partido moderado e de esquerda"
As definições não são minhas, são de Sócrates...
Mas, concedo, devia ter escrito a frase entre "aspas".
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Parece-me uma irrestível vontade controleira.Talvez uma democracia tipo Cuba.....
Um Manuel Alegre não teria lugar no vosso projecto
Como vê o anónimo não havia lugar para apreensões... Obrigado por classificar o Face como um "projecto". É forte mas a gente aprecia.
A moderação é apenas uma prerrogativa que usamos para manter a higiene mínima deste blog.
O direito ao disparate aqui no Face é mesmo sagrado... Nada receie.
Venham os cubanos, o Manuel Alegre, os controleiros e venha você também!!! Já estou por tudo.
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