2009/06/02

Give the fucking money back!

A televisão portuguesa está, desde esta manhã, a transmitir em directo a ocupação do BPP por um grupo de clientes, portugueses e estrangeiros, que se dizem lesados pela administração do banco. Devem ter razão. A avaliar pelas declarações de alguns dos intervenientes, advogado incluido, há mais de seis meses que esperam por uma resposta da administração e do Banco de Portugal sobre as poupanças que ainda não foram devolvidas. O BPP teria oferecido uma solução faseada (em quatro pagamentos) mas os depositantes querem o dinheiro já. Como bem expressou um emigrante português de chapéu à "cowboy": "I want my fucking money, back!". Nem mais. Eu, no lugar dele, diria o mesmo. Ainda não chegámos ao Texas!

6 comentários:

Maria Ribeiro disse...

RUI:sim, mas...Eu não tinha milhares para lá pôr!E, hoje, no fim,de cada ano, "roubam-me milhares de euros da minha aposentação, para fazerem deles...o quê?"Give my fucking money bacK!"Mereci-o ao longo de 38 anos de trabalho!
ABRAÇO AMIGO DE LUSIBERO

Rui Mota disse...

Lusibero:
Não sei se os depositantes do BPP tinham milhares ou não. Também não sei se foi a trabalhar que o conseguiram. Trata-se do princípio: confiaram o seu dinheiro a uma entidade que, supostamente, deveria ter sido supervisionada e não foi. E agora, ninguém (nem a administração do Banco nem o Banco de Portugal) parece ser responsável por esta situação. Isto é inaceitável.
Abraço

Esclar disse...

Caro Rui, a administração que lá está não é a que originou isto tudo (há que investigar um pouco antes de mandar bitaites)...

Além do qual o dinheiro foi investido (mal e à revelia dos clientes) em produtos que já não valem o que valiam (pelo menos hoje, sendo que muito provavelmente vão valer algum dia)

Ora o estado (ou contribuintes) não querem pagar pelo roubo dos outros (ora nem num assalto o estado nos paga, agora ia pagar todas as burlas?). Por isso a sugestão foipagar faseadamente. O problema é que os clientes não querem. Querem tudo já! Ora o banco não tem (quem lá foi colocado pelo Banco de Portugal não tem impressora de dinheiro pelos vistos) e o estado não quer pagar pela burla dos outros...

Não é um caso simples de não darem o dinheiro... é um caso de burla/roubo, e os clientes exigem tudo...

Iris Restolho disse...

Ainda não estamos no Texas, mas que há cada vez mais cowboyadas, ninguém tem dúvidas...

Rui Mota disse...

Esclar:
O Estado não tem impressora para o BPP, mas teve impressora para o BPN. Qual é a diferença?

Carlos A. Augusto disse...

O que está aqui em causa, no caso do BPP, do BPN e, no fundo, em todos os casos de intervenção dos estados em empresas "tóxicas" é de facto a equidade e a observância de regras universais e totalmente transparentes.
O que estas intervenções vêm revelar é a arbitrariedade de tudo isto e a necessidade de rever todo o sistema e pressupostos em que ele assenta.
Concordo que os depositantes do BPP estão a ser objecto de uma espécie descriminação. parece-me isto tudo bizarro. Mas, também não é justo o aumento do desemprego. Como também não é justo que os contribuintes se transformem em accionistas sem assento no conselho de administração. E como não é justo que depois de tudo isso os administradores fraudulentos passem por tudo isto incólumes, ou realizem mais valias ainda por cima.
São tudo razões "sistémicas"... Ou não?!
É preciso olhar para o "sistémico" todo, no seu conjunto e não só para o "sistémico" dos banqueiros e gestores!