Lamentar um incêndio, num prédio parcialmente devoluto, seria banal não fora nesse mesmo prédio estar alojado (há 60 anos!) o mais famoso e emblemático espaço de "jazz" de Lisboa. Foi ontem, de madrugada, e podia ter sido há anos atrás, tantos quanto o imóvel esteve abandonado. Para já, o "jazz" deve continuar no S. Jorge, ao virar da esquina, que chegou a ser uma das melhores salas de cinema de capital e que, nos últimos anos, não passa de uma "barriga de aluguer" sem qualquer critério de programação ou gosto definido.
Resta-nos desejar um rápido regresso do "Hot" ao seu lugar de origem, se possível ocupando todo o edifício com actividades ligadas ao "jazz", pois é essa a sua vocação natural. Os melómanos agradecem e a capital ficará certamente mais rica com uma sala a condizer. Se há dinheiro para as acrobacias do "Red Bull" também tem de haver meios para a reconstrução da "escola", não é verdade? Se fôr preciso, faz-se uma petição. Com baixo-assinado e tudo.
4 comentários:
O Cinema São Jorge: uma autêntica bóia salva-vidas nessa zona de prédios devolutos. No ano passado também não foram para lá os moradores desalojados pelo grande incêndio na Avenida da Liberdade (muito próximo do incêndio de ontem, aliás)?
Totalmente de acordo, Rui. Ontem foi um dia de luto para todos aqueles que (ainda) gostam de Lisboa, de jazz, de liberdade.
O Hot fez, em 60 anos, verdadeiro "serviço público". Esperemos que isso seja agora reconhecido e que a "politica cultural" desta Câmara e deste governo não se reduza ao rock no rio e aos red bulls. Esperemos...
Um Bom Natal e um Bom 2010 para si Rui Mota e para os restantes autores deste (bom) blogue.
Para quem está no Facebook há uma página aqui que permite saber as últimas e expressar apoio ao movimento entretanto criado.
Afinal, o "Hot" já não vai para o S. Jorge. Não é necessarimente mau, já que o S. Jorge é uma sala concebida para cinema e não para música. Talvez o "Ritz Clube", que é ao virar da esquina e está inactivo há anos. O "Ritz" dispõe de uma excelente sala e reune todas as condições para tocar e escutar música. O pior é convencer os actuais proprietários. Não era, um deles, o Vitorino da boina?
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