Se passassem a trabalhar 60 horas por semana, onde iriam os trabalhadores das grandes superfícies comerciais detidas por Belmiro Azevedo e Cia., arranjar tempo para gastar as fortunas monumentais que passariam a ganhar? Ou a ideia seria a de passarem a fazer as suas compras pessoais todas nessas superfícies, quiçá mesmo passar a dormir lá...?
1 comentário:
A lógica do grande Capital em tempo de crise não difere muito da do patronato no século XIX. Com o exército de desempregados a aumentar diariamente, os salários são cada vez mais baixos e a precaridade tornou-se estrutural. Da precaridade à flexibilidade vai "o passo de um anão". Porque não trabalhar aos domingos e feriados? Porque não trabalhar à noite? Porque não fazer 12 horas diárias, ou 60 semanais? Se tiverem de dormir lá, não há problema, o Continente vende sacos-cama almofadados. Se quiserem, até podem comprar fiado e desconta-se no salário. Quanto mais fiado comprarem, menos salário recebem e mais horas extraordinárias fazem. O melhor é aceitarem, senão perdem o emprego. Ora, quem não quer estar empregado no Continente? Até engenheiros e licenciados em letras já trabalham como "caixas" ("operadores" no léxico Belmirense) ao fim-de-semana. Uma profissão de futuro. Para o Belmiro, claro.
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