Verdadeiramente insólito é o facto do Primeiro Ministro não ir à comissão de inquérito parlamentar sobre o negócio da compra da TVI, invocando, segundo o Público, a "defesa da dignidade do cargo" e fazendo acusações de tentativa de transformação do "Parlamento numa instância de recurso."
O senhor primeiro ministro está perante um duplo desafio, um desafio sério, perfeitamente à sua altura. Em primeiro lugar, ao recusar-se a falar perante um orgão de soberania no pleno exercício das suas competências, vai ter de desfazer perante os portugueses uma contradição: como é que concilia, ao exigir respeito pelo seu cargo, o respeito que é devido à AR, outro orgão de soberania. Em segundo lugar, como é que contraria a sensação, que todos nós passamos a ter, de que desta forma parece querer transformar-se, ele próprio, numa instância de recurso em relação à matéria que aquela comissão pretende legitimamente apreciar.
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