2010/05/31

Da semântica "socialista"

Contrariando a opinião de parte significativa dos seus militantes, a comissão política do PS acabou por anunciar Manuel Alegre como o candidato do partido às próximas eleições presidenciais. Nada que não se esperasse.
Que a escolha nunca foi consensual ficou logo bem patente nas reacções de alguns intervenientes na sessão do largo do Rato.
Desde logo, o maçónico Ramalho, que saíu mesmo antes da votação ter sido efectuada, certamente para mostrar o desagrado da facção soarista que nunca escondeu a afronta de 2006. Depois, a deputada Marta Rebelo (quem?) uma jovem aquisição da bancada "socialista", que foi mesmo mais longe ao declarar que nunca apoiaria Alegre por este "ter-se aproximado perigosamente da esquerda" (!?). E, finalmente, o próprio Sócrates que, mostrando um sorriso amarelo, lá foi dizendo que apoiava Alegre por este ser "progressista". Progressista?
Este é o estado de um partido onde, após cinco anos de despolitização continuada (foi para isso que serviu a tão proclamada "terceira" via) já nem os responsáveis ousam utilizar a palavra "esquerda". Saberá este geração de dirigentes que o Partido Socialista é, supostamente, de esquerda? Duvidamos. A lavagem ao cérebro, durante o reinado do grande líder, deve ter sido tão grande, que nem eles próprios se apercebem da vacuidade do discurso que utilizam.
Com "amigos" destes, Alegre não necessita de inimigos. Vai, muito provavelmente, perder estas eleições como, de resto, já tinha perdido há cinco anos atrás.

Sem comentários: