Ora, uma coisa boa é (sempre) o bom cinema, essa arte que alguém disse um dia ser a mais completa de todas (devido ao processo de montagem, presumo eu).
Da mesma forma que em 2013, o ano que findou foi um bom ano em termos de estreias e reposições cinematográficas. Também os festivais e ciclos exibidos confirmaram esta tendência, nalguns casos completados por excelentes colectâneas, muito por mérito das distribuidoras Medeia e Midas, dois oásis num mercado dominado pela distribuição "mainstream".
O ponto mais negativo, continua a ser a queda do número de espectadores, que o encerramento de históricas salas, como os cinemas King, apenas veio confirmar. Em contrapartida, assinale-se a (re)abertura do velho Ideal (ex-Cinema Paraíso), graças a uma parceria entre a Casa da Imprensa e a distribuidora Midas. Virado para o cinema português, reposição de clássicos e estreias europeias, o "Ideal" veio, de alguma forma, colmatar a falta dos "King", ainda que uma sala não chegue para substituir quatro...
Na impossibilidade de ver tudo o que de bom passa em Lisboa (e não só), resta-nos a "short list" do costume, reduzida por questões de espaço a dez títulos, um número redondo, misto de qualidade e gosto, conceitos sempre subjectivos como sabemos. Nem todos são filmes recentes, ainda que todos tenham sido estreias em Portugal, da mesma forma que há obras de ficção e documentários nesta lista ordenada sem preocupações de hierarquia.
A IMAGEM QUE FALTA - Rithy Panh (Cambodja/França)
O ACTO DE MATAR - Joshua Oppenheimer (Dinamarca/Noruega/Reino Unido)
BOYHOOD - Richard Linklater (EUA)
CAVALO DINHEIRO - Pedro Costa (Portugal)
A FLOR DO EQUINÓCIO - Yasujiro Ozu (Japão)
A GRANDE CIDADE - Satyajit Ray (Índia)
A GRANDE BELEZA - Paolo Sorrentino (Itália/França)
A EMIGRANTE - James Gray (EUA)
MAMÃ - Xavier Dolan (Canada)
MAPAS PARA AS ESTRELAS - David Cronenberg (Canada/EUA/Alemanha/França)
De registar ainda os ciclos dedicados a Ingmar Bergman, Yasujiro Ozu e Satyajit Ray, com direito a reedições em DVD, para além de reposições de clássicos como "A Desaparecida" de John Ford, "O Garoto" e "Luzes da Cidade" de Charles Chaplin e "Mauvais Sang" e "Boys Meets Girl" de Leos Carax, estes últimos igualmente editados em novas versões digitalizadas.
No cinema português, a destacar "Os Maias" de João Botelho e "E Agora? Lembra-me" de Joaquim Pinto, como os de maior sucesso da crítica e de bilheteira.
Alguns destes títulos ainda estão a passar nas salas portugueses, pelo que recomendo o seu visionamento. Bons filmes!
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