2007/05/23

Novo tipo de roubo


Está em preparação, segundo dizem os jornais hoje, um novo tipo de roubo nas caixas multibanco. Desta feita, porém, em vez da habitual ameaça com a seringa ou da extracção da caixa de multibanco com um tractor, o método e o autor são diferentes. Agora são os próprios bancos que pretendem cobrar operações que são executadas pelos seus clientes, usando uma rede --que é propriedade de um consórcio que envolve todos os bancos--, criada como alternativa aos dispendiosos balcões. Em vez de uma agência, com funcionários, mobiliário, equipamento, papel, etc, somos brindados com um PC ligado em rede, à chuva ou ao sol, sem interior design, nem uma plantinha para decoração. E este PC que nos colocam à disposição nem sequer dá para jogar um Solitaire enquanto trabalhamos...
Podemos facilmente imaginar que, se esta rede não existisse, os bancos se veriam forçados a admitir os funcionários necessários para levar a cabo essas operações que agora somos nós que executamos, a dar-lhes formação e a aumentar as suas infraestruturas proporcionalmente.
Não quero acreditar que isto seja verdade, mas se for vou voltar ao cheque, ao talão de depósito, etc. E vou voltar a frequentar novamente os bancos por dá cá aquela palha, podem disso ter a certeza. Ah! e se algum funcionário me quiser vir explicar como posso executar a mesma operação no multibanco peço o Livro de Reclamações!
Resta saber o que pensa sobre tudo isto o senhor primeiro ministro, que se mostrou no passado tão sensível em relação a estas questões do direito dos consumidores...

2 comentários:

Rui Mota disse...

Do que é que estavas à espera? Que os bancos se tornassem mais amigos dos clientes?...

Carlos A. Augusto disse...

Não, isto é um negócio e eu, pela minha parte, vou fazer com que o negócio seja bom para ambas as partes...
Eu percebo que no caso especial português os bancos até fiquem um bocado entalados com esta "uniformização" imposta pela Europa. Mas, a verdade é que da parte dos "clientes" não há ninguém que esteja disposto, ou tenha força, para impôr um figurino que lhes seja mais vantajoso. Imagino que os bancos,, que têm a possibilidade de obter ainda mais receitas desta forma, não vão colocar grandes obstáculos, nem fazer grande lobbying para que esta medida não vá para a frente, pelo menos no caso português...
Assim, creio que não resta outra alternativa senão cada "cliente" tomar consciência do seu papel neste negócio...