2007/09/01

Aquela MACuina!

Durante quinze anos fui um utilizador de PC's. Lembro-me do primeiro "desktop", de marca "Tandon", que custou uma fortuna em 1990 e que permanece arrumado, mas operacional, na minha casa de Amsterdão. Também recordo o primeiro "laptop" (um genérico de nome "Magicbook") comprado em 1993, que ainda hoje funciona. Finalmente, o "Toshiba" (satellit) que me foi oferecido em 2003 e que, como os restantes, é regularmente utilizado.
Todos eles me deram horas de alegria, mas o tempo não perdoa. A pouca capacidade dos discos rígidos e a reduzida velocidade dos processadores, exigiam uma resposta mais adequada. Decidi-me a comprar um computador novo e fiz uma prospecção de mercado. Os vendedores mais conscienciosos e os testes da DECO indicavam o MAC como a melhor opção preço/qualidade (mais fáceis de utilizar, melhores "perfomances" técnicas, melhores placas gráficas, praticamente imunes a "virus" e um "design" imbatível). Para além disso, a incompatibilidade de programas tinha praticamente deixado de existir. Falei com amigos informáticos e todos aconselhavam a não comprar um MAC: era mais caro, maior dificuldade na reparação e, porque existem menos utilizadores, mais difícil de conseguir programas...
Uma escolha difícil, com argumentos pertinentes de ambos os lados. Porque sou um utilizador básico (tipo "nabo") optei por arriscar. A utilização "intuitiva" (friendly use), a compatibilidade de programas, agora mais imunes a vírus, tudo embrulhado num imaculado branco, convenceram-me: optei por um Macintosh.
Durante dois anos, a MACuina correspondeu às melhores expectativas. Até há dois meses.
Os primeiros problemas começaram com um estranho "arrastar" de programas, agora cada vez mais lentos. Quando "abria" mais do que um aplicativo em simultâneo, o sistema "bloqueava". O primeiro aviso "sério" chegou com um ponto de exclamação amarelo e a frase: "o volume do seu disco rígido está cheio! Apague alguns aplicativos para libertar a memória!". Fui verificar o disco e verifiquei que tinha dois terços da "memória" livre (!?). A determinado momento, já nem conseguia fazer o "login". Desesperado, consultei o representante da marca, que me aconselhou a comprar um "disco externo", "passar" para este toda a informação e tentar uma nova instalação do programa. Podia ser que resultasse...
Assim fiz, mas não resultou, pela simples razão de que não conseguia sequer aceder aos programas. Voltei à loja e fizeram-me o diagnóstico: o disco rígido estava irrecuperável. Necessitava de um novo. Não garantiam poder recuperar toda a informação. Deixei lá o computador e parti de férias. Paguei duas intervenções técnicas (diagnóstico e instalação) e um disco novo: Total €433,-
Esta semana fui buscá-lo. Metade da informação não foi recuperada (dezenas de documentos e mais de 9000 "mails", entre recebidos e enviados). Vai ser difícil reencontrar alguns documentos importantes. Aos "mails" não responderei. De mal, a menos...
Ontem, durante a reinstalação dos aplicativos, caíu-me o disco externo em cima do computador aberto...o écran parece, agora, um espelho rachado em quatro. Temo o pior. Provavelmente, vou ter de mandar instalar um novo. Mais duas intervenções técnicas e um novo écran.
Tento convencer-me que a maldição dos MAC é uma lenda. Toda a gente sabe que os discos rígidos dos PC's têm problemas e qualquer pessoa pode danificar o écran do seu computador. Adormeço com este pensamento positivo.

2 comentários:

Carlos A. Augusto disse...

Ora, ora Rui... Não me digas que viraste!

Anónimo disse...

Só lamentamos aquilo de que gostamos...