2007/12/12

Realidade e ficção

Ultimamente, temos vindo a ser bombardeados com uma avalanche de notícias sobre crimes ligados aos chamados "negócios da noite". "O país", como escreve João Paulo Guerra no Diário Económico de hoje, "assiste à sucessão de crimes violentos associados aos negócios da noite como se visse um filme".
De facto, a esmagadora maioria do "país" ouve e lê as notícias (aqueles que felizmente ouvem e lêem as notícias...), olha para a realidade à sua volta e não pode deixar de ser levado a pensar que há para aqui algo de errado com esta imagem que está a ser promovida. Os crimes são reais e parece até haver, efectivamente, um novo paradigma criminal a que até agora não estávamos habituados. Parece mesmo claro que as causas dos crimes e da falta de actuação da polícia estão perfeitamente identificadas. Há novas realidades que conduziram ao presente estado de coisas, novas estruturas sociológicas que se foram instalando paulatinamente e que não foram atempadamente previstas. O Estado não sai, com efeito, bem deste retrato. Tudo isto, creio, era previsível e não teria sido difícil adoptar medidas para prevenir a situação. Alguém deveria ir para o quadro dos excedentários por não ter feito o trabalho para que é pago...
Mas, para a esmagadora, esmagadora maioria dos portugueses isto não passa de um realidade distante. E, para nós que temos liberdade de movimentos, podemos observar o que se passa à nossa volta e conseguimos pagar 1.50 € pelo Diário Económico, o fenómeno chega-nos como se tratasse, de facto, de uma má série, made in USA, sobre o "universo da noite" das cidades portuguesas.
Mas, pensemos em quem não se pode mexer, ou em quem não tem possibilidade de observar por dentro o que se passa. Para esses a realidade fica expurgada da ficção.
O que o PSD faz neste momento ao usar o tema como arma de arremesso, numa manifestação de inacreditável oportunismo político, é de uma leviandade extrema. Não sei mesmo qual será o maior crime: se os homicídios dos tais empresários da noite, se a tentativa de instalar um clima de pânico como faz o PSD pela voz de Luís Filipe Menezes.
O recém eleito responsável pelo PSD deveria, sim, meditar seriamente sobre a insensatez e irresponsabilidade desta estratégia e sobre as vantagens que para o país resultam de pintar um retrato de Portugal que está mais próximo de uma qualquer favela brasileira do que da realidade.
A quem pedir responsabilidades pelos crimes futuros?

2 comentários:

Rui Mota disse...

A acreditar em alguns dos nossos "opinion makers" esta "onda de crimes" não está desligada da claque nortenha do FCP. Já tinhamos o "apito dourado", será que vamos ter uma "matraca dourada"?

xistosa, josé torres disse...

Por coincidência coincidente, o nome Madureira, em tudo o que é crime, aparece sempre.Sou anti-portista, mas não coloco em causa a maioria da mole humana da claque, mesmo que provoquem distúrbios, como as dos outros clubes fazem.
Mas ...

Há uns anos largos, profissionalmente, lidei com dirigentes do FCP, entre eles o Óscar da Silva Cruz, director do departamento de obras.
A "SEGURANÇA" que Pinto da Costa na altura refutou existir, por qualquer motivo, (talvez até levante um falso testemunho, mas foi quando esfaquearam um adepto leonino, mas não tenho bem a certeza). sempre existiu e faziam um almoço de Natal, onde ELE ESTAVA PRESENTE.
Sei de meia dúzia deles e dos locais onde foi o repasto.
Os comensaís eram quase todos pugilistas ou praticantes de artes marciais.
A partir desse acontecimento, (que continuo a afirmar, não me recordo bem do que lhe deu origem), nunca mais ouve confraternizações.
A maioria era massa bruta, dois deles, picheleiros, (canalizadores), arranjei-lhe uns trabalhos.
Pois o "amigo" Ferreira, até numa mulher, bateu.
Não tinha a obra feita e queria receber tudo.
Não havia telemóveis e só à noite no escritório é que soube.
Apareceu a chorar ...
Mas foi condenado, apesar das "amizades" portistas que corrompem a maioria dos juízes, muitos por medo, porque sabem que o físico não está seguro.
Não sei o que se passa no Benfica e no Sporting, nem mesmo no meu clube, (vivo longe), mas nada deve ser comparado ao círculo mafioso que aqui instalaram.

Vão ver o que vai dar o apito dourado.
Ainda vamos ver o Cavaco de joelhos a pedir desculpas, ao Pinto da Costa e ao ladrão do valentim
Posso-lhe chamar ladrão, porque foi por ladroagem que ele e outro capitão foram expulsos do exército, antes do 25 de Abril.
Depois ... umas amizades e promoveram-no a major, mas sabendo a raça do bicho, passaram-no à reserva.
Estive em angola 5 anos depois dele e na mesma zona.
Ainda falavam no capitão "batatinhas", na loja que vendia de tudo, desde feijão a tecidos, relógios, rádios, etc.
CHega de paleio.
Estou a ficar sem tinta.
INTÉ!!!