2008/01/29

Air-Guantanamo

A notícia, divulgada por uma ONG britânica, sobre a passagem de 700 prisioneiros por território português, a caminho de Guantanamo, não deve surpreender-nos. As conclusões da Comissão Parlamentar Europeia, apresentadas pelo deputado Carlos Coelho em 2007, eram já indiciadoras da responsabilidade portuguesa nesta sensível matéria. Perante o silêncio cúmplice do govêrno, também Ana Gomes solicitou um inquérito ao PGR, que ainda está em curso. Independentemente do número exacto de prisioneiros e das conclusões do Procurador-Geral, é cada vez mais evidente a mentira que os sucessivos governos - de Durão a Sócrates - mantiveram sobre este assunto. Trata-se de saber se os EUA fizeram os "transportes" sem o conhecimento do governo português ou se o nosso governo sabia e calava. A justificação, dada por Luís Amado, de que não podíamos controlar o que se passava nas Lajes, não é sustentável. Então, "nós" não sabíamos e os ingleses sabiam? Uma mentira, pois. É relativamente à mentira que devemos indignar-nos e exigir que sejam dadas explicações.

1 comentário:

Carlos A. Augusto disse...

O eurodeputado Carlos Coelho acha "exagerado" o relatório da ONG... Se calhar, não foram então 700, foram para aí uns 699!! Um exagero, portanto...