O governo não vai referendar o Tratado de Lisboa. Já se sabia. Como também já era conhecida a promessa do partido socialista em referendá-lo (está escrito no seu programa eleitoral). Confrontado com a pergunta elementar dos jornalistas (porque faltou Sócrates à promessa eleitoral?) o primeiro-ministro deu uma resposta que não lembrava a Colombo: "Não referendamos porque não se trata do mesmo texto. Quando nos comprometemos era o Tratado da Constituição, agora é o Tratado de Lisboa".
Clinton, o Bill, também declarou há anos que não tinha tido sexo com Mónica Lewinsky. Ou melhor, fez sexo oral, mas nos Estados Unidos sexo oral não é sexo. Sócrates inventou mais um ovo.
2 comentários:
E se a Irlanda diz "não" no referendo?
Se a Irlanda diz "não" no referendo (o que alíás já aconteceu no passado) volta tudo à "estaca zero". Nesse caso, a UE continuará com a Constituição actual. Conhecendo os eurocratas de Bruxelas, estes não descansarão enquanto todos os governos não afinarem pelo mesmo diapasão. Ou seja, só aceitarão um resultado quando os europeus aceitarem as suas directrizes. O que está em causa é impôr um modelo sócio-económico neo-liberal que possa concorrer com os novos "blocos" asiáticos (China e Índia), o que obriga a desmantelar o estado de bem-estar europeu, que é pouco competitivo. Para impôr esse modelo, os líderes/interesses económicos necessitam de outro modelo, logo outro Tratado. Com a aprovação do novo Tratado, os pequenos países perdem deputados e poder de veto, passando as decisões a serem tomadas por maioria qualificada (55% e quatro grandes países) o que na prática impõe uma Europa a duas velocidades. Como os portugueses não se interessam por estas coisas e só pensam em função dos subsídios europeus que recebem, ninguém protesta.
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