2008/02/22

O costume

A SEDES elaborou um relatório que tem sido muito badalado hoje nos meios de comunicação. A questão substantiva que o relatório aborda já é velha: a situação que se vive hoje no país é preocupante e há perigos à espreita para a democracia. O Diário Económico diz hoje que a situação da economia europeia tende a sofrer as consequências das dificuldades pelas quais os norte-americanos estão a passar, que à Europa está reservado um mau bocado e que as projecções económicas do governo português para este ano, face a esta conjuntura são fantasiosas.
A propósito destas questões, os responsáveis têm repetidamente observado que não nos podemos resignar e que a solução da crise está nas nossas mãos. O Presidente da República não encontrou mais nada para dizer hoje a este propósito: não podemos aceitar a resignação.
Mas, não foi sempre assim? Haverá outra alternativa? Haverá outro caminho para os portugueses superarem as suas dificuldades? Ou o Presidente da República estava convencido que eu pensava que era ele que ia passar a pagar-me as contas?

2 comentários:

Rui Mota disse...

A "resignação" está nos "genes lusitanos". Um misto de fado e complexo de culpa judaico-cristão. Daí a tendência para darmos a "outra face"...
O pior, é que aqueles que agora criticam o governo, vão voltar a votar nele em 2009. Perante este cenário, do que é que nos queixamos?

Carlos A. Augusto disse...

Não concordo Rui. Não acredito na genética...!
Acho que não há resignação nos portugueses. E a prova está nos milhões de migrantes portugueses que tu conheces bem melhor que eu. Uma mensagem que eles claramente sempre lançaram é: não nos resignamos. E continua...
Aqui, na "terrinha" as coisas funcionam de outra maneira, sempre com uns "paizinhos" a tentarem ensinar quando é tempo de resignação e quando não é.
Por outro lado, ao contrário do que penso que insinuas e ao contrário das aparências, ninguém dá a outra face... Nem os profissionais!
O que também pode ter a mesma origem. Habituados desde sempre a terem quem lhes ensine o "pai-nosso", as pessoas não têm humildade nenhuma.
O que, por seu turno, leva a que sejam "comidos"... O ciclo completa-se!