A selecção nacional de futebol lá partiu para a Suiça rodeada das habituais manifestações de fervor patriótico e do habitual exagero lusitano. Viajam com ela muitas frustrações, incoerências, parasitismo, oportunismo e ambições projectadas, dos portugueses e dela própria. E rodeiam-na, sobretudo, somas consideráveis de uma energia, quanto a mim, totalmente desproporcionada e deslocada.
A selecção e o Euro 2008 não são substituto para colocar Portugal no trilho certo e para transformar a vida dos Portugueses num processo menos doloroso que aquele que se vive, mas até parece. Correspondesse esta selecção a uma ideia verdadeiramente aglutinadora e fosse ela o espelho de uma situação global do país tão empolgante quanto o empolgamento que vamos vendo em relação ao jogo da bola e talvez tudo isto valesse a pena. Desse o Estado metade da atenção e dos meios às questões nucleares que interessam verdadeiramente aos portugueses, que dá continuadamente a este projecto e a história actual deste país seria outra.
Assim, cá vamos nós para mais uma prova relativamente inútil, ligeiramente fútil e seguramente inconsequente das nossas capacidades. Cá vamos nós para mais esta prova de "fé" em que permanentemente andamos metidos. Esta só não tem velas...
Mais exagerado do que tudo isto só talvez mesmo o comportamento dos suiços. Se não queriam os exageros do futebol no seu território porque raio concorreram à realização deste europeu? Prevejo o pior...
Uma coisa me dá algum gozo em tudo isto: em matéria de exageros, como em matéria de ridículo, os extremos tocam-se!
2 comentários:
Há sempre a possibilidade de Portugal ser eliminado na fase de grupos e regressar a casa mais cedo. Nesse caso, os portugueses podem concentrar as energias em coisas mais profícuas e os suiços podem dormir mais descansados...
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