Nada como uns dias passados na "Europa" para relativizar algumas paixões. Quem pensa que a alienação portuguesa pelo futebol é única, devia ir à Holanda durante o campeonato europeu. Uma verdadeira onda nacionalista varre o país, só comparável ao "dia da rainha", comemorado anualmente a 30 de Abril, quando a nação veste de laranja para, dessa forma, homenagear a casa real. Se a "febre" já fazia sentir-se antes do Europeu, com a vitória sobre a Itália a loucura tornou-se total. Não há cidade, bairro ou rua, que não tenha sido contagiado e, hoje, há prédios inteiros cobertos de bandeiras e balões das cores nacionais por todo o país.
Nos supermercados e em instituições oficiais, nos correios e nas câmaras municipais, o clima é de festa permanente e a entusiasmo é contagiante: os empregados ostentam grandes chapéus em forma de taça e as mulheres cachecóis de penas laranjas. Um verdadeiro carnaval. Só em Berna, onde a selecção holandesa tem jogado, estão cinquenta mil holandeses em permanência (a maior parte deles sem bilhete). Ontem, no regresso a casa, em companhia do ex-presidente Jorge Sampaio, os passageiros da KLM eram informados ao minuto do resultado contra a França. A cada golo, anunciado pelo comandante de bordo, sucediam-se os aplausos dos passageiros em delírio. Quem disse que o referendo irlandês era a coisa mais importante para os europeus?
P.S. foto de Hennie Bos, adepta "laranja"
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