A derrota do governo no caso da avaliação dos professores é notória. "Tenho de reconhecer que a forma como estávamos a concretizar a dimensão relativa aos resultados escolares não era confortável, nem razoável, mas excessiva, desajustada e com erros técnicos," disse a ministra. Estas apreciações vêm dar total razão aos professores. Não há outra interpretação possível para elas. E, neste sentido, independentemente das correcções que foram anunciadas e da vontade do governo em prosseguir com esta avaliação, o passo atrás constitui uma clara derrota política para a ministra.
Foi dado um estrondoso "cheque" ao governo nesta partida que disputa com os professores. Será talvez a primeira vez que o governo sai claramente ferido de um confronto que gerou.
Mas, para que o cheque seja "mate", agora, mais do que nunca, é preciso que os professores não se deixem cair na tentação de levar esta disputa para o terreno político. Se o fizerem serão derrotados sem piedade porque, primeiro, não é o seu terreno de actuação e, segundo, porque o primeiro ministro se move nele como peixe na água. Se o confronto for levado para o terreno de eleição do primeiro ministro, nem a alma se se lhes aproveita. Se mantiverem a discussão dentro de parâmetros apropriados a probabilidade de sucesso é elevada. O que não deixará de ter consequências... políticas.
No meio disto tudo, nós os observadores "civis" de toda esta disputa, continuamos à espera de uma palavra dos "agentes educativos" sobre duas questões essenciais: a qualidade do ensino e os interesses dos alunos. Quando tiverem um minuto vejam lá se pensam nestes assuntos...
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