2009/05/06

Duas Cruzes

Dias Loureiro, esse grande amnésico compulsivo, acaba de acrescentar mais uma metáfora ao seu discurso hiperbólico. Já era dele o célebre "pai, sou ministro!"; mas recentemente tornou-se célebre por ter declarado que "não se lembrava do que assinava". Ontem, acrescentou que assinava de "cruz" os negócios do BPN. Lê-se e não se acredita!
Com tantas "one-liners" arrrisca-se mesmo a tornar-se um clássico e, pior do que isso, criar jurisprudência: a partir de agora, todo o alegado criminoso (independentemente da cor do colarinho) pode dizer que não se lembra. Quem é que vai condenar um amnésico?
Quando o oiço falar lembra-me sempre uma história que me contaram em Itália: certo dia um siciliano dirige-se ao notário para fazer uma escritura e, quando chega a hora de assinar, declara que não sabe escrever. O notário sossega-o e diz-lhe para fazer uma "cruz", que é suficiente. O homem concorda e faz duas "cruzes". Mas, porquê duas, pergunta o notário? O homem sorri e diz: "dottore!...".

3 comentários:

Carlos A. Augusto disse...

De facto faz confusão como é que um amnésico que assinava actos de gestão de cruz continua a fazer parte de um orgão constitucional. É Dias Loureiro que está mal, ou é o Conselho de Estado?

Rui Mota disse...

Ambos estão mal: um porque não se demite, outro porque não tem coragem para dizê-lo.

Iris Restolho disse...

O que comentar num caso destes?

Não há desculpas possíveis que o ilibem de ser, simplesmente, obtuso e absurdo.