2009/07/01

A nova ordem mundial


Tenho a certeza que nenhum escritor, daqueles que se dedica ao género do political thriller, chegaria tão longe com a sua imaginação. Não há ficção que chegue aos calcanhares desta realidade. Depois do golpe que o expulsou do país, o presidente Zelaya das Honduras discursou nas Nações Unidas e prepara-se agora para regressar. E é com enorme expectativa que se aguarda o desfecho deste anunciado episódio do regresso do presidente hondurenho, acompanhado dos presidentes da Argentina e do Equador, Cristina Kirchner e Rafael Correa.
Não sei o que vai acontecer --tudo isto é difícil de imaginar--, mas o que está em causa aqui ultrapassa seguramente as fronteiras das Honduras.

1 comentário:

Rui Mota disse...

Tudo indica que a intervenção militar nas Honduras seja um golpe de estado e não um "contra-golpe", como pretendem algumas almas bem pensantes que defendem a intervenção militar com o argumento que Zelaya estaria a querer alterar a Constituição para perpetuar-se no poder. Se fosse assim, a população não viria para a rua exigir o regresso do presidente (eleito democraticamente) e agora deposto, ao abrigo de um artigo (3º) da constituição hondurenha que prevê o afastamento de governantes que atentem contra a mesma Constituição. Acontece que Zelaya propõs um referendo a efectuar nas próximas eleições (a chamada 4ª urna) onde seria perguntado aos eleitores se queriam a prorrogação dos mandatos dos presidentes futuramente eleitos. Pode questionar-se a argumentação, mas nada indica (é especulativo) que ele queria manter-se no poder eternamente. Aliás, o próprio Zelaya já declarou que abandonará o poder quando terminar o mandato e que essa prorrogativa só beneficiaria os próximos presidentes.
Não é por acaso que todos os presidentes sul-americanos, reunidos na OEA, a ONU, os EUA (através de Clinton e Obama), já se pronunciaram condenando o golpe dos militares.