2009/08/19

O que é isto?

Na noite de ontem, em zonas diferentes da grande Lisboa, duas jovens foram violadas. Como é normal, em casos semelhantes, as vítimas dirigiram-se aos hospitais das suas áreas habitacionais, respectivamente o Santa Maria e o Fernando Fonseca, vulgo Amadora-Sintra. Em ambos os casos, não puderam ser feitos os exames forenses, por ausência de especialistas de medicina legal, aparentemente os únicos a poderem avaliar este tipo de agressões. A razão, explica o director de Medicina Legal, prende-se com o mês de Agosto, quando há apenas 3 (três!) médicos escalados para o serviço nocturno de urgência. Porque a humilhação ainda não era suficiente, as jovens foram aconselhadas a não se lavarem, não escovarem os dentes ou mudar de roupa, para que, esta manhã, ainda houvesse provas da "alegada" violação. Ambas as histórias foram contadas pelos familiares das vítimas à televisão e o Instituto de Medicina Legal confirmou a falta de médicos no turno da noite em Agosto.
Ouve-se e não se acredita! Mas que merda de estado é este que permite serviços nocturnos de urgências sem pessoal qualificado e ainda por cima exige das vítimas que abdiquem dos seus sentimentos mais profundos, em completo desrespeito para com os seus direitos de cidadãos? O que é isto?

3 comentários:

Carlos A. Augusto disse...

Vergonha, de facto! Não se consegue acreditar nesta cena... Esperamos todos pelas explicações dos responsáveis.
E esperamos por explicações, não por fugas a dar explicações!!
Outra coisa que não seja rolarem cabeças não se aceita...

Terra de Encanto disse...

Não posso deixar de partilhar a indignação. Pena que a indignação não mude nada! Portugal merecia melhor. Os seus cidadãos certamente que mereciam muito melhor. Oxalá que este facto não seja mais um daqueles que ficam esquecidos no funda de uma qualquer "alegada" gaveta de um qualquer "alegado" (sim porque parece um país de faz-de-conta!) ministro.

Iris Restolho disse...

Nem quero ter que imaginar-me numa situação dessas.

O mais provável, seria ir parar à prisão, porque iria com certeza perder a cabeça.

Vergonhoso! Asqueroso.