A tática do PS para tentar demonstrar que não houve (há) uma tentativa de controlar a liberdade de expressão e de imprensa em Portugal, inclui 1) pedidos totalmente descabidos de "provas concretas" de que tudo isso se passou ou passa (repare-se nas intervenções dos deputados do PS nas interpelações da AR sobre a imprensa, por exemplo, ou nas declarações de alguns dirigentes do partido de governo), 2) lançar mão de tudo o que possa servir para desviar as atenções dos portugueses, desenterrando inclusivé velhos machados de guerra, ou, finalmente 3) deixar cair pedras incómodas que foram jogadas neste xadrez, que agora se nos vai revelando devagarinho (se agora caem, porque é que foram lá colocadas para começar...?).
O doutor Vitorino, o tal que postula que o primeiro ministro tem a pele coriácea e vai sair deste processo incólume, bem tinha avisado: habituem-se! A malta é que não ligou, na altura, ou interpretou a frase como lhe convinha...
Há um cheiro qualquer a podre em tudo isto e parece-me inevitável que a coisa acabe mal para este governo e seus apoiantes. Ainda bem, é bem feito!
Mas, por outro lado, quando olhamos para as intervenções da presidência da república ou quando vemos as alternativas que se perfilam no horizonte do lado da oposição, não podemos deixar de levar as mãos à cabeça. Que Zeus nos acuda (para usar uma expressão do Rui Tavares em crónica recente)! Quando me lembram que qualquer um daqueles patéticos candidatos à presidência do PSD pode ser primeiro ministro, fico gelado.
Mas, é isto que temos de facto. Horácios e coriácios! É com isto que temos de contar. Gostaria de poder dizer que há alternativas, mas não me parece. Espera-vos, pois, mais do mesmo. Habituem-se!
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