Simon Johnson, ex-economista-chefe do FMI e autor do polémico artigo do NYT, onde comparava a economia de Portugal à da Argentina de 2001, foi esta semana entrevistado pelo "Jornal de Negócios" para repetir o aviso e afirmar que o "governo português está em estado de negação".
Não tardou a resposta pela voz do Secretário de Estado do Orçamento (Emanuel dos Santos), a considerar as declarações do americano sem fundamento e acusando-o de desconhecer os mecanismos do Euro. Segundo Santos, a nossa situação financeira é muito diferente da da Grécia e, caso não estivéssemos no Euro, estaríamos provavelmente como a Islândia...
Acontece que a Grécia, estando no Euro, não deixou de entrar em falência técnica, enquanto a Islândia (ainda que na bancarrota) não faz parte do Euro. Estaria o Secretário de Estado a referir-se aos efeitos do vulcão?
Também não é preciso ser americano para fazer um diagnóstico negro sobre o estado da nossa economia: Medina Carreira, de há anos a esta parte e, mais recentemente, economistas como Silva Lopes, João Salgueiro, Nogueira Leite ou João Duque, afinam pelo mesmo diapasão.
Já sobre o estado de negação é uma característica portuguesa e não é monopólio dos governantes (mentirosos por definição). O estado de negação (ou a não-inscripção) também foi dissecado por José Gil e, ao que conste, este não é economista e muito menos do FMI...
1 comentário:
É verdade que isto é conversa de predador para enfraquecer ainda mais a vítima. É verdade que as coisas não são exactamente como o predador quereria. É verdade que é duro ter estes imbecis a meter o bedelho na nossa casa. E também é verdade que os Medinas Carreiras, Silvas Lopes, Joões Salgueiros e quejandos já tiveram a sua oportunidade de ouro para mudar isto tudo e falharam. Fazem parte do problema, não da solução.
Na prática (na prática!) o discurso destes cavalheiros é semelhante ao do Johnson...
Infelizmente o que temos para lidar com este problema é o Sócrates e sua entourage, de um lado, e o Coelho e sua entourage por outro. É tudo medíocre, ou mesmo mau e ninguém demonstra capacidade para fazer o que é preciso fazer.
Como a malta vai votando neles, eles lá vão ficando e tratando da vidinha.
Falta a moral nesta história toda.
O que é preciso é outra lógica totalmente diferente...
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