O semáforo é uma criação extraordinariamente simples e eficaz. Raramente paramos para pensar na sua utilidade. Nem quando estamos ali com a luz vermelha mesmo à frente do nosso nariz nos interrogamos, por um momento, sobre o que seria se o semáforo não estivesse a funcionar. Não paramos para pensar o que seria se não existisse semáforo ou se, em vez daquela sequência estável, precisa e categórica de alternância de luzes, tivessemos uma coisa errática, sem lógica e totalmente imprevisível ou absurda. Para mim, governar é algo que se assemelha à acção do semáforo. Depois de ser instalado, ligado à corrente e colocado a funcionar, o semáforo assegura que todos têm hipótese de exercer o seu direito a circular, em condições de perfeita igualdade e com um mínimo de perturbação. No semáforo, como na governação, quanto menos fantasia melhor...
É tão simples quanto isso. Governar é exercer Justiça e velar por uma clara igualdade de oportunidades para todos. O semáforo é justo (todos passam, de acordo com uma ordem convencionada, mas todos passam!) e proporciona igualdade de oportunidades (passa o Rolls-Royce e passa a "bicla" velha).
Em Portugal a governação é um semáforo que tem vindo a evidenciar falhas crescentes, a reclamar manutenção. Nos dias que correm avariou totalmente. Falo de governação num sentido amplo, no quadro da democracia, com o povo como actor da soberania. Reina o caos total no trânsito!
O trânsito empancou em Portugal, como seria de esperar que acontecesse, mais tarde ou mais cedo.
É possível o tráfego fluir sem semáforos. Era útil que esta comissão que "negoceia" o OE 2011 e o actual PR, putativo recandidato ao cargo, percebessem isso claramente... Ou fazem o que é suposto que façam ou não são precisos. É (mesmo) assim, simples como um semáforo.
1 comentário:
É verdade, é bem simples como um semáforo. Mas, infelizmente, nem todos gostam de coisas simples. Principalmente quem tem cargos de chefia.
(Foi um prazer descobrir este espaço. Para seguir, claro)
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